07out2011 | 12h33 | Internacional

Morte de Jobs coloca em questão futuro de indústria da gola rolê

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CUPERTINO, CALIFÓRNIA – Os mercados entraram em pânico minutos depois de anunciada a morte de Steve Jobs, com a maioria dos investidores descarregando seus portfólios de empresas de vestuário cujas receitas dependem das linhas de camisas de gola rolê pretas usadas pelo criador da Apple.

Em Milão e Paris, o clima era de perplexidade. “Neste momento, seria irresponsável afirmar que a gola rolê preta tem algum futuro”, explicou o estilista Mark Jacobs, entre soluços. Em artigo publicado no New York Times, a legendária editora de Vogue, Anna Wintour, afirmou que Jobs era o maior ícone da moda desde Audrey Hepburn e Jacqueline Kennedy. “Ele está para a gola rolê assim como Che Guevara para as boinas e Roberto Justus para o Gumex”, professou.

Analistas do banco Goldman Sachs acreditam que a indústria da gola rolê preta tem pelo menos cinco anos de vida, uma vez que as linhas de produto são planejadas com grande antecedência. “Todas as camisas de gola rolê pretas que o mundo vestirá nos próximos anos já estão em produção. A grande questão é saber como os estilistas irão reagir quando esses produtos se esgotarem. Será muito difícil criar sem a figura esguia e elegante de Jobs a inspirá-los”, disse um banqueiro que não quis se identificar, por estar vendendo, anonimamente, todo o seu estoque de conjuntos de tênis meticulosamente surrados, jeans envelhecidos com esmero e camisas de gola rolê pretas.

Nessa sexta-feira à noite, está planejada uma vigília global em homenagem ao líder espiritual das novas gerações. “Somos muito gratos à megacorporação que ele criou, e aos produtos mais caros do que os da concorrência que ele nos convenceu a usar”, disse Tokiro Harata, um jovem de 18 anos, na porta da loja da Apple de Tóquio.

Vestido apenas com uma camisa de gola rolê preta, Harata lamenta ter sido obrigado a vender sua irmã caçula para a máfia russa, “mas Jobs tinha acabado de lançar o iPad 2 e aquele iPodzinho do tamanho de uma unha que não serve para nada mas sem o qual a vida não faz sentido.”