Intelectuais orgânicos se organizam em torno de Maluf
Atentos às mudanças vertiginosas na política brasileira, intelectuais ligados ao PT e à vanguarda do proletariado anunciaram uma obra coletiva para explicar as razões profundas e as implicações alvissareiras da aliança entre Lula e Maluf. O livro Malula: uma Abordagem Dialética será lançado na Flip, pela editora Boi Gordo, em parceria com a OGX, Camargo Correia, PDVESA, Petrobras e PetroPaulo, empresa especialmente refundada para a ocasião.
Organizador do trabalho, o multipensador bolivariano Emir Sader explica no prefácio: "As forças produtivas do malufismo e as relações de produção do lulismo estavam em contradição durante a assim chamada Acumulação Primitiva da Fisiologia. Essa aliança vem provar que superamos o estágio embrionário da humanidade corrompida. Demos um passo firme, plenamente justificado pelo rouba-mas-faz do materialismo dialético, na direção do socialismo de compadrio que tanto desejamos e já viceja nas Ilhas Jersey."
Paulo Maluf, continua o professor Sader, "sempre foi um legítimo representante da burguesia nacional, um aliado histórico da classe trabalhadora contra o imperialismo tucano e sua política neoliberal-fascista-entreguista de inserção subalterna no mundo globalizado".
A filósofa Marilena Chauí protagoniza um dos momentos altos de Malula. Seu ensaio, que já começou a bombar nas redes erótico-sociais, chama-se "Relaxa e Goza: Revisitando o Bordão ‘Estupra Mas não Mata’ à Luz das Máquinas Desejantes Contra o Discurso Competente do Patriarcalismo Brasileiro e Outras Falas". Mas que ninguém se iluda com o título prosaico. Com olho arguto, Chauí relê a história a contrapelo, chegando à conclusão revolucionária de que "Paulo Maluf é um precursor e um dos grandes responsáveis pelo sucesso da Parada Gay na cidade". Nas comunidades GLS, a leitura do artigo deu origem ao neologismo "malugay", adaptação colorida do bordão petista "Agora malufei".
O padre e intelectual tucano-petista Dom Eugênio Bucci, definido pelos colegas como um "radical de centro" devido à persistente ousadia de suas posições verticalmente moderadas, participa de Malula com o ensaio "A Era da Contemporização". Dom Bucci resgata uma das campanhas de Duda Mendonça para Maluf, na qual o então candidato dizia: "Eu não sou santo, mas quem nunca errou na vida?". A partir daí, Dom Eugênio concluí que "ninguém é totalmente mau e ninguém é inteiramente bom, por isso, sejamos sempre tolerantes: a aliança entre Maluf e Lula é mais um passo para consolidar da miscigenação moral do povo brasileiro".
Em abordagem alternativa, valendo-se das ferramentas do marxismo antroposófico e bebendo nas águas do materialismo holístico-transcendental, o filósofo Renato Janine saúda a aproximação entre Maluf e o PT no texto "Sei Lá, Mil Coisas: Digressões Sobre o Afeto Brasileiro". O ensaio será lido na Tenda dos Prazeres da Flip, na noite deste sábado, onde estão sendo vendidas camisetas com as imagens de Che Guevara e da foto que reúne Lula, Maluf e Fernando Haddad.
Malula traz ainda textos como "Da Paulipetro ao Pré-Sal: Visões Visionárias"; "Do Minhocão à Transposição do São Francisco: Abrindo Caminhos", "Do Leve Leite ao Fome Zero" e "A Rota e o Povo na Rua: Comunhões". Todos lançam nova luz sobre a continuidade entre as políticas malufistas e as gestões do PT.
Convidado para a coletânea, Slavoj Zizek declinou do convite, por considerar o assunto "sério demais para ser tratado de formas ligeira". Mas anunciou que lançará um segundo volume ao recém-publicado Vivendo no Fim dos Tempos, interamente dedicado à interpretação do fenômeno. Atualmente, o livro está com 837 páginas.
A orelha de Malula traz a assinatura do senador José Sarney. "Ouso modestamente tomar essa obra como uma homenagem pessoal. Eu sempre apoiei Lula e Maluf ao mesmo tempo", diz o imortal.
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