Marcos Valério pede asilo na embaixada do Equador
QUITO – Antevendo sua condenação no julgamento do mensalão, o empresário mineiro Marcos Valério de Souza pediu asilo na embaixada do Equador em Brasília. O publicitário refugiou-se na embaixada no início do dia e, segundo informantes do piauí Herald, passou a manhã despachando pelo telefone com dirigentes de estatais e parlamentares da base aliada. "Estou numa suíte com hidromassagem", teria dito. E mandou um recado ao ex-tesoureiro do PT: "Diz pro Delúbio que a cama aqui é de viúva. Não tem espaço para nós dois. Ele que tente asilo na embaixada da Venezuela".
O ministro do STF Joaquim Barbosa, que na véspera havia votado pela condenação de Valério no mensalão, reagiu com impaciência. "Esse asilo me causa espécie. Aposto que tem o dedo do Lewandowski aí."
O embaixador do Equador no Brasil, Eduardo Mora-Anda, alegou a tradição democrática do seu país para justificar a decisão. "Valorizamos a liberdade de financiamento de campanhas eleitorais", afirmou em coletiva à imprensa.
O diplomata manifestou apreensão com a perspectiva de que outros réus do mensalão tomem o mesmo rumo. "Se ficar muito apertado, a gente manda construir um puxadinho", afirmou. "Já está tudo acertado com a construtora Delta."
No fim da manhã, a mulher do deputado João Paulo Cunha foi vista saindo com uma sacola pelos fundos da embaixada. Questionada por repórteres de plantão sobre o que tinha ido fazer ali, disse que fora levar uma quentinha.
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