12jun2013 | 15h36 | Brasil

Em Paris, Alckmin diz que manifestantes são bobos, chatos e feios

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QUARTIER LATIN – O governador Geraldo Alckmin convocou a imprensa parisiense para se posicionar sobre as manifestações em São Paulo. "São bobos, chatos e feios", disse, acrescentando que "falta a imaginação francesa aos vândalos do Brasil". Em seguida, batendo o pezinho, alegou não entender o motivo das depredações pela cidade. "O sujeito que quiser protestar contra o governo pode preencher cinco vias de maneira civilizada, carimbar na ouvidoria e apresentar sete documentos para homologar a queixa. Em cinco dias úteis, dependendo do trânsito, enviaremos uma resposta, acolhendo ou não o protesto", explicou o governador.

Permitindo-se um momento de poesia, o tucano citou bordões de Maio de 68, para mostrar que estava sintonizado com a juventude:
"Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo."
"A ação não deve ser uma reação, mas uma criação."
"Amem-se uns aos outros."
"O álcool mata. Tomem LSD."
"A anarquia sou eu."
"Parem o mundo, eu quero descer."

"Também era assim que fazíamos em Pinda", disse, referindo-se à sua juventude peemedebista em Pindamonhangaba, sua cidade natal. "Não se esqueçam, eu sou do tempo do Manda Brasa", frisou o governador, diante de franceses embasbacados.

Em seguida, cutucado por um assessor, Alckmin retomou o fio da meada e apresentou medidas para restabelecer a ordem. "Como medida emergencial, criaremos um sistema de rodízio para as manifestações. Vândalos com a ficha criminal terminando em 01 só poderão depredar a cidade às segundas. Até o fim de 2016, vamos criar uma faixa exclusiva na Marginal Pinheiros para delinquentes protestarem. Peço que as pessoas guardem suas reivindicações em casa até lá. Além disso, vamos implementar um sistema de pedágios para o manifestante que caminhar de uma cidade vizinha", resumiu.

Sentado na mesa ao lado, Fernando Haddad anunciou que entrará em greve até o fim das manifestações. "Os atos em São Paulo são menos românticos do que os parisienses. Vou me exilar aqui por um tempo", disse, enquanto acendia um charuto cubano e lia O Que Fazer, de Lênin.

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