"Bilhete do Presidente da Odebrecht tem crase mal colocada", afirma Caetano Veloso
CURITIBA – Estarrecido com os erros gramaticais contidos no bilhete manuscrito por Marcelo Odebrecht, Caetano Veloso exigiu que a prisão do empreiteiro fosse estendida. "A contração da preposição ‘a’ com o artigo definido ‘a’ tem que ser respeitada nesse país!", bradou, sacudindo Paula Lavigne pelos ombros. "Não bastasse a confusão que fazem declinando no plural o verbo haver no sentido de existir ", desabafou, fora de si.
Depois de afirmar que o tritongo "é a dor e a delícia da minha pátria, minha língua", Caetano defendeu a obrigatoriedade da mesóclise nos discursos presidenciais: "Mandioca, cultuar-te-ei", exemplificou. Mais tranquilo, o compositor teve a coragem de formular a pergunta que paira no cerne da Operação Lava Jato desde que os presidentes das empreiteiras foram levados para a carceragem da Polícia Ferderal: "O Brasil quer saber: ‘fui levado a Curitiba’ ou ‘fui levado à Curitiba?’", arguiu, deixando a resposta no ar.
No final da tarde, Lobão foi para cima da cruzada sintática de Caetano. "Estão querendo policiar a crase. O desbunde tropicalista foi trocado pela paumolescência subpasqualista", protestou, indignado.
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