MEIA LUA INTEIRA – Após rejeitar a entrevista de Dilma Rousseff para a Folha de S. Paulo, o TCU exibiu seu parecer: "A mandatária fez uso abusivo de pedaladas sintáticas em seu discurso. Tirou pronomes de uma frase para colocar na resposta seguinte, embaralhou sujeitos e predicados e fez uso da expressão ‘tipo tipo" sem citar que pertence a Hegel". Tais artimanhas, explicou o procurador Pasquale Houaiss, "mostram que a presidente se valeu da linguagem oral criptografada, técnica conhecida para enfrentar interrogatórios".
A máquina de Turing, que quebrou o código alemão na Segunda Guerra Mundial, foi religada para traduzir as declarações de Dilma em tempo real. "Detectamos, por exemplo, que a palavra ‘mandioca’ é usada toda vez que o PIB cai um ponto", revelou o linguista Carlinhos Brown. "Mas ainda há uma infinidade de possibilidades a serem estudadas para que o Brasil possa alcançar a cabeça de sua presidente", concluiu, agitando uma caxirola.
Convocado às pressas pela 57ª vez este ano, o Gabinete da Crise Semântica se reuniu no Planalto para redigir uma nota explicativa da entrevista. Até o final da tarde, no entanto, não havia consenso sobre qual foi o raciocínio oculto da mandatária quando disse que "a inflação aleija para todo sempre, mas a deflação mata para todo sempre".
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