SOFÁ – Preterida por Deus, pelo povo de Cuiabá e pelo sindicato dos bancários de Pedregal, Adalgisa Maria Paranhos protocolou hoje pela manhã o pedido de impeachment do deputado Metrônio Portela. “Todo mundo citou a família no domingo e esse cafajeste nem pra me mandar um tchauzinho”, discursou Paranhos. Em seguida, lançou um olhar ameaçador para o marido, que a acompanhava de cabeça baixa, e completou: “Por muito menos, a Dilma está nessa situação”.

À tarde, dezenas de parlamentares voltaram ao Congresso para citar parentes, amigos, salmos e localidades que haviam esquecido. “Pelo mercado financeiro, por Merval Pereira, meu voto de ontem foi SIM”, cravou o deputado Hermes Taquíbres. “Por Gregorio Duvivier, Chico Buarque e pelo direito de vender miçanga na orla do Leme, meu voto foi NÃO”, bradou Melinda Marques Moura. Tentando reverter ao menos parcialmente o estrago doméstico, Metrônio Portela teceu longos elogios à sogra.

No final do dia, levantamento do Datafolha revelou que “Deus” foi mais citado no domingo que o nome de Aécio Neves na Lava Jato.