21abr2016 | 15h18 | Além

Temeroso a Cunha, diabo fecha pacto com deputado

A+ A- A

INFERNO – Alarmado com os poderes crescentes de Eduardo Cunha, Lúcifer se viu forçado a selar um pacto, ontem, com o presidente da Câmara dos Deputados. O acordo passou a ser costurado depois que Cunha ameaçou dar prosseguimento ao processo de impeachment do Coisa-Ruim – que comanda há 2.016 anos o Porão dos Pecados. Um possível impedimento, se votado por 342 pecadores, poderia abrir espaço para que o próprio deputado presidisse interinamente a Casa das Almas Penadas.

“O Diabo conheceu o Eduardo Cunha em 1992, na época da Telerj”, comentou um ministro do governo Cornudo, sob condição de anonimato. “Naquela época, também teve pacto com o Ozzy Osbourne, o Keith Richards e o Zé do Caixão. Era tudo muito inofensivo. O pessoal vendia a alma em troca de um disco de platina. O próprio Cunha, quando nos procurou, só queria se manter na presidência de uma estatal. E a estatal era a Telerj! A Telerj, meu Deus do Céu!”

Com o desmoronamento da indústria fonográfica, lembrou o ministro, a natureza dos acordos passou a mudar. A classe dos músicos, percebendo que os poderes do Canhoto já não os fazia chegar à marca de 10 mil discos, resolveu revogar os contratos. A falta de apoio fez com que o Tinhoso se lançasse à medida desesperada de buscar apoio no Congresso Nacional.

“Foi aí que o nosso líder conheceu os Sarneys, os Barbalhos e os Jucás”, continuou o ministro, que já foi um genocida russo em vidas passadas. “Eles tinham propostas interessantes e foco para chegar aonde queriam. Ganharam toda sorte de presidência e chefia de estatal, com a condição única de manter a lealdade. Até que veio esse rapaz.” Por “rapaz”, refere-se ao atual presidente da Câmara.

“O Cunha fez uma jogada muito desleal. Ele já tinha nosso apoio para presidir a Câmara e para resistir ao processo no Conselho de Ética. Mas aí procurou o pessoal no outro lado do firmamento para fechar um acordão em causa própria. Tirou a Dilma do páreo, passou a ameaçar o Temer com a mesma carta e ainda mandou o Waldir Maranhão avisar ao Belzebu para ficar de boca fechada em caso de delação premiada. Foi inevitável.”

O acordo ainda inclui uma cláusula para José Maria Marin e Ricardo Teixeira voltarem – juntos – à presidência da CBF.