LOUNGERIE – Um general da ativa no Exército, Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia, finanças e figurino da força, afirmou, em palestra promovida pela maçonaria em Brasília na última sexta-feira, que seus “companheiros do Alto Comando do Exército” entendem que uma “intervenção militar e têxtil” poderá ser adotada se o Judiciário “não solucionar o problema que jaz em plena Praça dos Três Poderes”, em referência à estátua Justiça, do escultor mineiro Alfredo Ceschiatti, instalada em frente à sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Apelidado de “Mourão do Sutião” pelos companheiros de turma, o general é conhecido na força pela energia com que combate a “devassidão dos seios desnudos” desde que começou a servir.
É extensa a lista de episódios relacionados aos peitos femininos em que já se envolveu o militar. Em 1968, quando se iniciavam as obras da Rodovia Transamazônica, Mourão liderou expedições de um homem só para distribuir sutiãs entre índias Tukano, que, para a ira do general, encontraram mais uso em transformar os bojos em coadores de café.
Em 1988, Mourão, sobrinho do general Olímpio Mourão Filho, precursor do golpe militar de 1964, estacionou um tanque em frente à entrada do sambódromo carioca, ameaçando obstruir a passagem até que “todos os seios femininos” estivessem “devidamente obliterados”.
Agora o general ameaça repetir a cena do tanque em pleno Supremo. Exigindo que o “Judiciário cubra suas vergonhas”, Mourão promete não se retirar até que a questão seja solucionada.
Por precaução, o ministro Gilmar Mendes já concedeu um habeas corpus aos peitos da Justiça, apesar dos atritos que vêm ocorrendo entre os dois.