A CLT recebeu a extrema unção no começo do ano

30ago2018 | 18h42 | Economia

Velório da CLT terá missa terceirizada

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CEMITÉRIO DO JUCÁ – “É um novo conceito em missa, totalmente sustentável”, explicou o marqueteiro e padre do Planalto, Frei Elsinho Mouco de Nazaré. “A reza vai ser transmitida ao vivo, por streaming, direto de um call center de padres em Macau. E se o padre for ruim, é só fechar a aba e tentar outro, sem gastar um centavo a mais. É custo zero pro erário!”

Mouco se referia à firma contratada, pelo governo federal, para coordenar o velório da CLT, morta hoje, após votação no Supremo que decidiu pela terceirização irrestrita dos trabalhadores. “Ela era uma boa pessoa, claro”, contemporizou o marqueteiro de Deus (e de Temer). “Mas já tinha virado um fardo, como aquele avô que insiste em não morrer depois dos 90 anos. Tava sempre repetindo aquele blablablá de direitos do povo, causando constrangimento no jantar de Natal da família do cidadão de bens”.

Apesar de a cerimônia ter sido confirmada, o sepultamento ainda está em aberto, devido à demissão dos coveiros do cemitério de Brasília. A banda marcial que acompanharia o cortejo fúnebre também foi terceirizada, sendo substituída por uma gravação do Coral dos Canarinhos de Petrópolis. A agenda do serviço ainda contará com um show de um grupo de roqueiros freelancers, formado por Lobão, Roger do Ultraje a Rigor e Henrique Meirelles, o famoso Ozzy Osbourne da Faria Lima.