BLADE RUNNER – A Associação Brasileira das Urnas Eletrônicas anunciou a contratação de um marqueteiro para melhorar a imagem do aparato, que vem sendo tripudiada pelos eleitores do ex-capitão Jair Bolsonaro. “É uma falta de respeito para com a classe das urnas e, obviamente, para com a democracia”, diz um memorando publicado pelo grupo. “Temos 20 anos de vida pública, 20 anos em que elegemos presidentes à esquerda e à direita, 20 anos em que permanecemos com a ficha mais limpa do que comercial de alvejante.”
A contratação de um marqueteiro já vinha sido aventada desde que a urna eletrônica começou a ter sua reputação contestada pelo candidato (que foi eleito deputado, através do sistema eletrônico, em cinco ocasiões). Tornou-se urgente neste domingo, depois que eleitores de Bolsonaro passaram a intimidar urnas de todo o Brasil, apontando armas para elas enquanto votavam.
As ameaças sofridas pelas urnas causaram repúdio em computadores internacionais. A nota mais contundente veio dos Estados Unidos, onde vive o computador Deep Blue, famoso por ter derrotado o russo Garry Kasparov num jogo de xadrez, 21 anos atrás. “Se eles apontam a arma para uma reles urna eletrônica, que não fala, não pensa, não se mexe e quase não faz barulho, imagina o que são capazes de fazer com um robô que tenha inteligência artificial”, declarou a máquina, por telefone. “O Brasil tem ficado um lugar muito perigoso para qualquer computador com mais de dois processadores.”