O WhatsApp já estuda pedir asilo político com medo de ser torturado por trair a pátria

18out2018 | 19h25 | Brasil

Exclusivo: Bolsonaro pretendia nomear WhatsApp para ministro das Comunicações

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ESTÁTUA DA LIBERZAP, HAVAN – “É como se eu perdesse um membro da família. Quer dizer, um grupo de família”, explicou, consternado, o presidenciável Jair Bolsonaro. A frase foi dita em privado, para os 300 mil grupos de WhatsApp que compõem o círculo íntimo do ex-capitão. No áudio, Bolsonaro expressava a surpresa por saber que empresas privadas estariam pagando o WhatsApp – o que é proibido pelo TSE – para veicular conteúdo (sic) favorável à sua campanha.

A revelação, feita hoje pela Folha de S.Paulo, acabou por gerar um revés no ministério sonhado pelo ex-capitão, que pretendia ter o WhatsApp à frente da pasta das Comunicações. “Sempre tive máxima confiança no ZapZap, que é um sujeito educado, que vive dando bom dia, além de ser leal, heterossexual e patriota, tanto que tem até a cor verde da bandeira nacional”, disse Bolsonaro. “Mas paciência, o Facebook tem o azul, também é patriota, então o ministro vai ser ele.”

Com a baixa, Bolsonaro avisou que o plano de comunicação do seu governo terá de ser completamente refeito. “É uma pena, porque já estava tudo esquematizado pros próximos quatro anos. De manhã o Zap ia mandar uma mensagem de bom dia com a caveira do Bope no centro da bandeira do Brasil, de tarde ia mandar uma foto do Lula ao lado do Hugo Chávez com a frase ‘Nossa bandeira continua não sendo vermelha’, e de noite ia ser só gif de fuzilamento de um esquerdista, pro povo dormir em paz.”

Empresários ligados ao esquema de pagamento estariam cobrando posicionamento mais condescendente do candidato: “Quando é o Guedes e o Mourão que falam besteira ele diz que é o capitão e segura as pontas. Quando é a gente nada, já desiste de nomear. Mas quantos memes mal diagramados o Mourão já montou? Quantas piadas envolvendo o Lula na cadeia o Guedes já criou?”, indagou um representante de uma rede de postos de gasolina.