Maduro ordenou que o exército atirasse nas fronteiras fugitivas, mas faltou munição, que estava presa na aduana /FOTO: MARLENE BERGAMO/FOLHA PRESS

22fev2019 | 19h34 | Internacional

Após serem fechadas por Maduro, fronteiras fogem da Venezuela e pedem asilo

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CARTA AO TOM – “Não dá mais. É uma situação desesperadora. A gente teve que agir”, disse uma das fronteiras da Venezuela, que debandou do país durante a madrugada de quinta-feira, após ser fechada pelo ditador venezuelano e cosplayer de Stalin, Nicolás Maduro. Falando com a imprensa via teleconferência de um local não identificado, a fronteira fez planos para o futuro: “Que fronteira não sonha com a liberdade? O que a gente quer agora é sair desse jogo de cabo de guerra. Voltar a ter dignidade, uma aduanazinha simples, no meio do mato, com uma cerquinha branca e dois guardinhas com síndrome de pequeno poder, achincalhando um muambeiro qualquer. Nada de mais.” Elas estudam pedir asilo político na Austrália. “É um lugar calmo, sem nenhuma fronteira vizinha para ligar um som alto no domingo de tarde.”

A fuga foi apoiada pelas fronteiras da União Europeia e da Rússia – que ocupa um lugar de destaque na geopolítica internacional, por ser a mais extensa do mundo. “Eu já fui atacada por Hitler e Napoleão Bonaparte, e fiquei firme e forte”, declarou a fronteira russa, em tom crítico, antes de contemporizar. “Mas soube que na Venezuela está faltando vodka. Eu também abandonaria o país.”

As fronteiras venezuelanas estão recebendo ajuda legal, financeira e psicológica da organização Fronteiras Sem Fronteiras. A organização anunciou que também está mantendo contato com a fronteira entre Estados Unidos e México, que vem sofrendo duros ataques do presidente americano Donald Trump. “Ela pode acabar se mudando para o Canadá.”