"Você vê a tristeza que é o paciente sem tratamento", disse Cabral. "O Pezão, por exemplo, teve que fazer uso clandestino, sem assistência, e foi pego com nota de peso colombiano. Droga pesada!" /FOTO: ZÔ GUIMARÃES/FOLHA PRESS

27fev2019 | 18h18 | Brasil

Cabral ganha Banco Imobiliário para suprir vício em dinheiro

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SORTE OU REVÉS – “É um tratamento pioneiro, testado em primeira mão no Brasil, pois vivemos uma epidemia desse tipo de vício”, afirmou o ortopedista e presidiário Sérgio Côrtes, ex-secretário da Saúde do estado Rio de janeiro. “Tenho tanta fé no processo que eu mesmo vou adotá-lo. Serei médico e paciente ao mesmo tempo.” A declaração foi feita durante o lançamento da “Campanha de Prevenção ao Vício em Dinheiro”, lançada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Casa da Moeda, após o ex-governador Sérgio Cabral relatar suas agruras em função do vício no vil metal, desenvolvido enquanto era político.

O método, que consiste em trocar dinheiro vivo por notas do jogo Banco Imobiliário, foi desenvolvido por uma força-tarefa de clínicos das Ilhas Jersey. Casos mais brandos de viciados recebem um tratamento conservador, baseado apenas no uso das notas fictícias. Casos severos, como o do ex-governador, são tratados com um coquetel de remédios, que incluem um terreno no Brooklyn, ações da Companhia Ferroviária, além de casas, hotéis e dos demais elementos disponíveis no jogo. A carta “Passe livre da prisão” fica a critério do ministro do STF Gilmar Mendes.

“Minha intenção é ajudar quem mais precisa. Pessoas que, como eu, chegaram ao fundo do poço e olharam nos olhos verdes do demônio da nota de dólar”, afirmou Cabral. “No futuro, quero usar minha experiência de cura para ajudar necessitados em outras comunidades tomadas pelo vício, como Monte Carlo, Saint-Tropez, Palm Springs e Dubai. São verdadeiras ‘dinheirolândias’ onde você vê adictos de terno e gravata, em plena luz do dia”.

O tratamento baseado no jogo foi escolhido pelo próprio governador, a quem foi dada a opção de passar pelo processo ou adotar uma medida alternativa, que seria passar um ano vivendo em liberdade, mas com os ganhos limitados em um salário mínimo. Fontes indicam que Cabral preferiu permanecer preso por ter uma fortuna estimada em 7 bilhões de cigarros dentro do presídio.