JANELA DE BIPOLARIDADE PARTIDÁRIA – Em um raro gesto de união, Juan Guaidó e Nicolás Maduro, os dois presidentes da Venezuela, vieram a público oferecer mediação para o impasse que se arrasta no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Desde os atritos da semana passada, a sigla segue rachada, com metade dos parlamentares defendendo que o cargo de líder na Câmara continue com o Delegado Waldir, e metade manobrando para que o posto seja entregue a Eduardo Bolsonaro.
“É difícil ficar de fora observando o caos tomar conta de um país, e não se manifestar. Não podemos e não vamos deixar isso acontecer”, afirmam Guaidó e Maduro em carta assinada em conjunto. Também por carta, o líder do PSL na Câmara, Deputado Waldir, respondeu que a ajuda era bem vinda, apesar das diferenças ideológicas. Mas em seguida, a liderança do partido passou a ser ocupada por Eduardo Bolsonaro, que recusou a ajuda. Dois minutos depois, porém, o cargo voltou a ser exercido pelo Delegado Waldir, que aceitou mais uma vez o gesto humanitário. “Eu até queria esclarecer o seguinte”, disse Waldir, 30 segundos antes de ser substituído da liderança do PSL pela nonagésima vez pelo deputado Eduardo Bolsonaro.
Além da ajuda diplomática, Nicolás Maduro ofereceu um workshop de como avacalhar com a corte suprema e como sufocar a imprensa – o que foi muito bem recebido pelo presidente Jair Bolsonaro. A aula será ministrada em formato de emojis para facilitar a circulação entre os membros do PSL.