A iniciativa de Rondônia enciumou também o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que se manifestou via redes sociais: "Isso é inçubordinassão. O foco, quer dizer, o fogo agora é no Enem."

07fev2020 | 18h29 | Brasil

Rondônia: Ricardo Salles lança campanha “Queime árvores, não queime livros”

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FAHRENHEIT 017 – Clima tenso na base aliada de Jair Bolsonaro depois que o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL), ordenou o recolhimento, das bibliotecas públicas do estado, de 43 títulos de livros subversivos, escritos por comunistas notórios, como Machado de Assis e Euclides da Cunha. A possibilidade de que os livros fossem posteriormente queimados gerou uma crise entre Rocha e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

‘Eu estou há um ano fazendo um trabalho sólido de fomento às queimadas na região da Amazônia Legal. Queimadas 100% orgânicas, diga-se de passagem, só com produtos naturais”, desabafou Salles, durante o lançamento do programa federal “Queime árvores, não queime livros”. “Mas aí vem esse sujeito e acha que pode roubar minha patente botando fogo nuns Machado de Assis. Por isso que eu sou a favor de acabar de uma vez com esse estado de Roraima. Quer dizer, Rondônia. Quer dizer, acaba logo com a Amazônia toda pra simplificar.”

Salles também chamou atenção para um erro estratégico do projeto do governador de Rondônia. “Quando o governo se propõe a queimar livros, ele está sendo míope. Queimando árvores nós dificultamos a produção de celulose, o que, por sua vez, dificulta a produção de papel, que impossibilita a produção de livros. É o que eu sempre digo: não dê o fogo, ensine a queimar!”