10fev2020 | 15h22 | Cultura

Queima de Arquivo, dirigido pelo Bope da Bahia, vence Oscar de roteiro mais previsível

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MILÍCIA EM VERTIGEM – Reviravolta no Oscar. Finda a cerimônia que deu o prêmio principal ao coreano Parasita, do diretor Bon Joon-Guedes, a academia de Rio das Pedras anunciou a premiação hors concours da produção brasileira Queima de Arquivo, que só entrou na disputa ontem, após o Bope da Bahia ter matado o miliciano Adriano de Nóbrega – o chefe do Escritório do Crime, conhecido por seu trabalho cinematográfico à frente (e nos fundos) do gabinete do senador Flávio Bolsonaro.

O presidente da academia, o ministro Sérgio Moro, contou que o prêmio foi escolhido de forma unânime por um júri formado pelo vereador Carlos Bolsonaro, o blogueiro Allan dos Santos, o youtuber Olavo de Carvalho e o faz-tudo Fabrício Queiroz, que votou por meio de uma procuração, já que não foi encontrado.

“O filme é uma mistura heróica, nacional e ferreamente romântica  de O Poderoso Chefão, Cinderela Baiana e True Lies, que o presidente Jair Bolsonaro prefere chamar de ‘Fake News'”, comentou o dramaturgo e dublê de Goebbels Roberto Alvim. “Ele vai reverberar ao redor do globo, digo, da terra plana.” A obra colheu elogios da bancada da crítica por se tratar de uma produção low-budget que custou apenas 48 depósitos de 2 mil reais e cerca de 25 panetones.