É infinito o número de apetrechos que se pode ter em uma cozinha, só que a maior parte acaba servindo para entupir armários, emperrar gavetas ou apenas como decoração. Nenhum utensílio precisa ser caro ou novo: é bem mais interessante quando são herdados e já vêm com memórias e histórias, mas vale a pena comprar quando não dá para armar uma herança compulsiva ou confiscar as duplicatas de alguma cozinha conhecida. Nossa lista é composta dos utensílios indispensáveis e de uso frequente. Incluímos também os que convém ter porque facilitam muito a vida:
– Panos de prato (mínimo 6, de pano de saco alvejado);
– Avental. Se quiser impressionar, use a versão profissional, branca. Abaixo, um vídeo demonstrando como amarrar o avental corretamente. Dá para improvisar usando uma toalha dobrada presa por uma tira comprida de pano;
– Luva protetora ou pegadores de panela;
– Luva para lavar louça. Se for bonita ou engraçada funciona melhor como incentivo a colaborações;
– 2 ou 3 colheres de pau ou bambu;
– 1 espátula de silicone;
– 1 concha;
– 1 escumadeira;
– 1 peneira ou um jogo plástico de peneiras de vários tamanhos;
– Jarra graduada (para líquidos) – aquela com as medidas impressas no vidro;
– 1 bom ralador de queijo multifacetado com opção de ralo fino, para casca de limão e noz moscada. Ou raladores específicos (queijo, noz moscada, raspas de limão) que você vai comprando, conforme necessário;
– 1 abridor de latas;
– 1 tigela de plástico – para bater bolo ou trabalhar massas em geral;
– 1 tigela de pirex para servir, bater massas líquidas e especialmente claras em neve. As claras não levantam bem em tigelas de plástico porque o plástico é poroso e com o uso acaba retendo gordura. Gordura e umidade impedem as claras de crescer ao máximo e é muito mais fácil conseguir que um recipiente de vidro fique perfeitamente seco;
– 1 tábua de madeira ou de silicone. As de madeira são mais generosas com o fio das facas mas a atenção na limpeza deve ser redobrada;
– 1 escorredor de plástico;
– Facas:
* 1 grande para trabalhar carnes, desossar frango etc;
* 2 menores – para legumes e frutas. É bom ter duas para aproveitar as ofertas de ajuda;
* 1 faca com serra, para pão. E para descascar e cortar abacaxi, por exemplo.
* 1 amolador de facas. Não é baratíssimo, mas o investimento compensa porque nada é mais frustrante, desajeitado e demorado do que trabalhar com facas cegas. É melhor ter uma única faca barata e afiada do que uma coleção de facas caríssimas e sem fio;
– 1 caldeirão grande, estreito e alto, com o escorredor de massa (serve para fazer caldos, sopas e cozinhar massa);
– 1 panela média;
– 1 panela pequena;
– 1 frigideira;
– 1 forma refratária, para forno;
– 1 saca-rolhas;
Dos aparelhos que precisam de tomada, o mais usado é o liquidificador. Em segundo lugar, empatados, estão a batedeira e mini processador.
Facultativos porém úteis, podem ser comprados conforme a necessidade:
– Jogo de colheres com medidas padrão: dá para usar as normais, exceto que o jogo traz o comparativo em ml estampado e perde-se menos tempo estabelecendo a medida correta e equivalências;
– Jogo de medidas em pó – é possível usar a mesma xícara ou copo como padrão e medir todos os ingredientes de uma receita, mas o método se revela precário e demorado quando a receita pede, por exemplo, 3/4 de xícara;
– Rolo de abrir massa. Funciona e é charmoso usar uma garrafa de vinho vazia, mas o rolo é barato e bem mais eficiente;
– Descascador de legumes: não são caros e funcionam melhor do que faca;
– Jogo de tigelas de alumínio para conter ingredientes picados ou pesados, prontos para serem usados;
– 1 funil;
– 1 chaleira;
– Formas de bolo variadas: forma de pudim, forma que sai o fundo, forma de quiche e forma tipo tabuleiro retangular;
– 2 dúzias de forminhas de empada de alumínio. Qualquer bolo bobinho assado nessas forminhas fica mais gostoso;
– 1 fouet: o nome é chique e o apetrecho é mais eficiente do que o garfo para bater misturas leves como omeletes, panquecas, claras em neve e molhos em banho-maria. Isso sem contar que é um instrumento lindo, impõe respeito. Uma comida simples, um ovo mexido por exemplo, se preparado com fouet por alguém usando avental profissional tem tudo para virar um prato inesquecível.
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A receita a seguir, um Brigadeirão de chocolate delicioso, foi selecionada especialmente para seduzir e incentivar os que dispõem de cozinha espartana beirando república de estudantes a mudar de estilo. Ela pede, além dos ingredientes, colheres de medida, liquidificador, uma espátula para retirar com eficiência mistura do liquidificador, uma forma de tamanho suficiente para conter a forma com furo onde o doce vai assar em banho-maria, uma faca bem afiada para cortar o morango em lâminas. É um pecado não poder fazer e servir um doce tão fácil e tão gostoso por falta de apetrechos. Alguns podem argumentar que uma cozinha desaparelhada ajuda a manter a linha. Dedicamos esta imagem aos que têm medo de curvas e delícias.
Rapto de Proserpina (detalhe). Mármore de Gian Lorenzo Bernini
Brigadeirão
– 3 ovos
– 1 lata de creme de leite
– 1 lata de leite condensado
– 1 colher (sopa)de manteiga
– 2 xícaras (chá) de chocolate em pó
– 1 xícara (chá) de açúcar
Cobertura
– 100 g chocolate granulado
Modo de fazer
Ao separar os ingredientes, ligue previamente o forno, para que fique bem aquecido. Bata todos os ingredientes no liquidificador, começando pelos líquidos, os ovos, a manteiga e por último o chocolate em pó e o açúcar.
Unte uma forma de furo com manteiga, despeje toda a massa e cubra com papel alumínio. Asse em banho-maria por 1 hora e meia, em fogo médio na primeira hora e fogo baixo no final. Depois de assado, espere esfriar, desenforme em um prato, cubra com o chocolate granulado e leve à geladeira por duas horas antes de comer.
Bom apetite!
Como aproveitar apetrechos de cozinha que você não usa?