Em 2014, o estado de São Paulo enfrentou um grave problema com a diminuição no volume das chuvas e a consequente redução de água nos reservatórios que abastecem a população paulista. Naquele período, foi necessário utilizar até o chamado “volume morto”. Para se prevenir contra novas secas, o governo de Geraldo Alckmin iniciou uma série de medidas. Na segunda-feira (24), ele visitou uma dessas obras. A Lupa conferiu os dados mencionados nesse dia e a situação de outras ações prometidas durante a crise de falta de água.
“Hoje não temos problemas com abastecimento de água”
Governador Geraldo Alckmin, em 24/07/2017
Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que, só entre janeiro e maio deste ano, foram registradas 63.965 reclamações por falta de água na região metropolitana de São Paulo. No mesmo período em 2016, também foram registradas 78.676 reclamações, o que demonstra uma redução no registro das queixas.
Já a Arsesp, Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, indica que o número de queixas por falta de água subiu quase 20% nos cinco primeiros meses de 2017, em relação ao mesmo período do ano passado. No período mencionado, foram 262 reclamações, em 2016, e 314, em 2017.
No site Reclame Aqui, há diversos relatos de usuários contra a Sabesp por falta de água, semelhantes a depoimentos colhidos em uma reportagem da Folha de S. Paulo. Alguns afirmam que o abastecimento nunca foi normalizado, desde a crise hídrica, em 2014, e a maioria dos relatos fala em falta de água no período noturno.
Procurada, a Sabesp enviou dados diferentes dos da Arsesp. A empresa disse que a agência recebeu 301 reclamações até junho de 2017 e que foram 307 no mesmo período do ano passado. A empresa disse ainda que possui 24,7 milhões de clientes.
“Nossas represas estão todas com pelo menos 60% da capacidade”
Comunicado do governo de SP, em 24/07/2017
A informação foi divulgada no site do governo após a visita do governador Geraldo Alckmin à obra, que vai interligar a represa de Jaguari a de Atibainha, anunciada devido ao problema de falta de água nos reservatórios paulistas em 2014. Mas no dia dessa visita, em 24 de julho, o boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informava que o Sistema do Alto Tietê, o segundo maior da região metropolitana de São Paulo, estava com apenas 57,2%. Procurada, a assessoria de imprensa do governador admitiu o erro na informação divulgada e se prontificou a corrigir.
“O contrato se inicia com o detalhamento do projeto executivo (…) cujo prazo é de 120 dias. Cumprida esta etapa, as obras deverão ser iniciadas, com prazo de execução de 14 meses”
Comunicado do governo de SP, em 02/10/2015
O prazo dado para a conclusão da interligação da represa de Jaguari a de Atibainha foi divulgado na assinatura do contrato para a execução da obra, em 2 de outubro de 2015. Ele seria alcançado em abril de 2017. No entanto, os trabalhos ainda não terminaram.
As obras começaram em fevereiro de 2016, quatro meses depois da assinatura. De acordo com o próprio governo paulista, em julho deste ano a obra está 80% concluída e a previsão é de que termine até dezembro. A mesma previsão foi feita pela Sabesp. Essa obra é a que fará a transferência de água entre a bacia do rio Paraíba do Sul e o Sistema Cantareira.
Procurada, a Sabesp disse que a obra está sendo feita “dentro de prazos normais para execução de um empreendimento desta magnitude”. A empresa disse ainda que “o novo prazo de entrega é de conhecimento público desde o segundo semestre de 2016”.
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