Queimadas aumentaram em cinco dos seis biomas monitorados pelo Inpe em 2019
Os dados sobre queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, no período que vai de janeiro a agosto deste ano, houve aumento no total de focos de incêndio de cinco dos seis biomas monitorados. Além de atingir a Amazônia com maior intensidade, o aumento do fogo também ocorreu no Cerrado, na Mata Atlântica, no Pampa e no Pantanal, na comparação com os anos anteriores. Houve queda no número de queimadas apenas na Caatinga.
Sob pressão internacional por conta dos números negativos na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) editou, na semana passada, o Decreto 9.992/2019, que suspendia a permissão para uso controlado do fogo em todo o território nacional por 60 dias. Pressionado pela bancada ruralista, contudo, Bolsonaro editou dois dias depois o Decreto 9.997/2019. A medida liberou o uso das queimadas em atividades agrícolas fora da Amazônia Legal no período, desde que ligadas a atividades de colheita e autorizadas por um órgão ambiental estadual. O recuo na proibição não levou em conta o aumento das queimadas em outros biomas.
O aumento mais significativo em relação à série histórica ocorreu no Pampa, que teve 977 focos de incêndio registrados pelo Inpe entre janeiro e agosto de 2019. O número é o maior desde 2009, quando houve 1.039 incêndios detectados nesse bioma. Além disso, a quantidade de queimadas seguia em queda desde 2016. Naquele ano, o sistema de monitoramento identificou 916 focos de incêndio no Pampa.
A Amazônia teve a maior quantidade de queimadas desde 2010. Foram 46.825 até agosto deste ano, contra 58.476 em 2010. Da mesma forma que ocorreu com o Pampa, houve uma reversão na tendência de queda identificada nos anos anteriores, a partir de 2016. Em relação a 2018, o total de queimadas na Amazônia aumentou 111% na comparação entre os dois períodos encerrados em agosto.
No Pantanal, o total de incêndios foi o maior desde 2012. De janeiro a agosto de 2019, os focos detectados chegaram a 3.165. Sete anos atrás, foram 3.818. O número aumentou ano a ano entre 2014 e 2017, quando chegou a 2.283 focos de incêndio. Em 2018, houve forte redução, com apenas 603 queimadas detectadas. O total de 2019 supera em cerca de cinco vezes o do ano passado.
Tanto Mata Atlântica quanto Cerrado tiveram os maiores índices registrados desde 2016, revertendo uma tendência de queda em 2017 e 2018. Na Mata Atlântica, foram 9.607 focos este ano, contra 10.962 em 2016. Em relação ao ano passado, o aumento foi de 42%. O Cerrado teve 27.535 focos registrados em 2019, contra 31.030 três anos atrás. A alta nesse bioma em relação a 2018 foi de 38%.
Na Caatinga, único bioma que não teve alta em queimadas este ano, foram registrados 2.392 focos de incêndio no período – uma queda de 15% em relação a 2018. O recorde da série histórica é de 2012, com 4.825 focos. Desde aquele ano, o número oscilou. Caiu para 1.787 queimadas em 2013 e subiu, ano a ano, até chegar a 2.814 em 2016. Houve nova queda, para 1.609, no ano seguinte, e nova alta em 2018, com 2.806 focos detectados.
Editado por: Natália Leal

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