#Verificamos: É falso que Bill Gates criou ‘vacina não líquida’ capaz de monitorar pessoas via tecnologia 5G
Circula nas redes sociais uma informação que afirma que Bill Gates, fundador da Microsoft, estaria criando uma vacina “não líquida”, em formato de selo, que seria capaz de controlar todos os usuários utilizando a tecnologia de distribuição de internet 5G. Isso já estaria sendo praticado na China. “Uma forma eficiente e engenhosa de controlar todos”, diz o texto. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“O Gates está finalizando a vacina INO-4800, não líquida, que irá salvar toda humanidade! Uma vacina em formato de selo que vai sobre a pele, pois segundo Gates é menos dolorida e mais eficiente! Cada selo (vacina) terá um código individual por pessoa”
Texto publicado no Facebook que, até as 18h do dia 08 de maio, tinha sido compartilhado 230 vezes.
A Fundação Bill e Melinda Gates, de fato, está financiando uma vacina para Covid-19, chamada INO-4800. Essa vacina está sendo desenvolvida pelo laboratório norte-americano Inovio e, ao contrário do que diz esse texto, ela não é em formato de selo. Trata-se de uma vacina injetável. É possível encontrar mais informações sobre essa vacina, que está no primeiro estágio de testes com humanos, no site Clinical Trial, mantido pela Biblioteca Nacional de Medicina, do governo americano.
No total, a fundação de Gates doou 100 milhões de dólares para qualificar esforços de detecção, isolamento e tratamento de infectados pelo Covid-19, em especial para desenvolver vacinas, medicamentos e formas de diagnóstico. “Este financiamento será direcionado para organizações multilaterais como a Organização Mundial da Saúde e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. O apoio também será direcionado para autoridades nacionais de saúde pública na China e em outros países que tiveram casos confirmados”, diz em nota oficial.
A foto usada para ilustrar o texto tampouco tem qualquer relação com Gates e a vacina financiada por seu instituto. Na verdade, ela mostra uma vacina desenvolvida por pesquisadores do King’s College de Londres ainda em 2013, portanto, sem qualquer relação com a Covid-19. O objetivo dessa pesquisa era fazer uma vacina menos intrusiva e mais barata que os modelos atualmente disponíveis.
“Depois de serem todos contaminados, ops…digo, vacinados! Você só conseguirá acessar suas redes sociais, Google, contas da Microsoft entre outras, se você digitar ou escanear o código que está no selo (da vacina). Uma forma eficiente e engenhosa de controlar todos”
Texto publicado no Facebook que, até as 18h do dia 08 de maio, tinha sido compartilhado 230 vezes.
A pesquisa revelou que tais partículas poderiam ser utilizadas para registrar informações de vacinação dos pacientes, acessadas por meio de um celular. Seriam como uma marcação invisível no corpo, com informações sobre vacinação. Os testes não foram feitos em humanos e têm caráter apenas teórico. A proposta é encontrar formas de equalizar os registros de vacina, em especial dos países em desenvolvimento, a fim de melhorar as condições de imunização da população.
O bioengenheiro responsável pelo estudo, Kevin McHugh, afirmou em entrevista ao site Factcheck.org que não é possível utilizar este tipo de partícula com fins de obtenção de registro de localização. “Essas marcações requerem uma linha de visão direta de uma distância de menos de 30 centímetros”, explicou McHugh.
“Ai é onde entra o 5G, a nova tecnologia e suas milhares de antenas espalhadas em todo o mundo, será responsável por lhe monitorar 24 horas por dia, na China já funciona assim! Lá foi um pouquinho pior, pois o governo ditador confiscou todos os aparelhos telefônicos da população.”
Texto publicado no Facebook que, até as 18h do dia 08 de maio, tinha sido compartilhado 230 vezes.
Além disso, não há qualquer registro de que a China tenha confiscado os aparelhos telefônicos de toda sua população.
Teorias da conspiração similares às analisadas nessa checagem foram verificadas pelos sites Snopes, BuzzFeed News, Fact-Check.org e pela agência de notícias Reuters.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
Editado por: Chico MarésO conteúdo produzido pela Lupa é de inteira responsabilidade da agência e não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem autorização prévia.
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