#Verificamos: É falso que Positivo Tecnologia foi vendida para a companhia chinesa Lenovo
Circula pelas redes sociais que a Positivo Tecnologia teria sido vendida para a multinacional chinesa Lenovo. A empresa venceu uma licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a fabricação de novas urnas eletrônicas para as eleições de 2022. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“A Positivo foi vendida para a Chinesa, Lenovo”
Legenda da imagem que, até às 19h do dia 28 de junho de 2020, tinha sido compartilhado mais de 2 mil pessoas
A informação analisada pela Lupa é falsa. Sediada em Curitiba, a Positivo Tecnologia é uma empresa de capital aberto. 55,4% das ações estão em “free float”, ou seja, são negociadas no mercado – neste caso específico, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), segundo o Estatuto Social. 43,8% das ações são de um grupo de controladores composto pelas famílias dos fundadores da empresa. O resto é retido pela própria empresa. Ou seja, a companhia não é de propriedade da chinesa Lenovo, que também atua no segmento de computadores pessoais.
Em nota, a assessoria de imprensa da Positivo Tecnologia negou ser de propriedade da Lenovo. “A informação não procede. É um rumor publicado nas mídias sociais. A Positivo Tecnologia não foi vendida para a Lenovo nem possui qualquer negociação neste sentido. Não há relação comercial entre as empresas”, diz.
No passado, houve rumores, nunca confirmados, de que a empresa chinesa teria interesse em adquirir a brasileira. Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, de dezembro de 2008, a Lenovo e a Dell, dos Estados Unidos, tinham interesse em comprar a Positivo Informática – nome pelo qual a Positivo Tecnologia era conhecida até 2017. Na época, o presidente da companhia, Hélio Rotenberg, disse à reportagem que não havia “nada de concreto”. O negócio não se concretizou.
Em 2010, a compra voltou a ser tema de reportagens em veículos brasileiros e chineses. Uma agência estatal de notícias da China informou que a Lenovo poderia ter comprado a empresa brasileira, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Representantes das duas companhias negaram a existência de uma negociação e, novamente, a aquisição não ocorreu.
Segundo a assessoria de imprensa da Positivo Tecnologia, nessas duas ocasiões, não houve negociações entre as duas empresas.
“O TSE informou que a empresa Positivo, venceu a licitação para compra de novas urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições de 2022. O valor do contrato é de R$ 799 milhões”
Legenda da imagem que, até às 19h do dia 28 de junho de 2020, tinha sido compartilhado mais de 2 mil pessoas
Na última quinta-feira (23), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que a Positivo Tecnologia venceu a licitação para fabricar novas urnas eletrônicas que devem ser utilizadas nas eleições presidenciais de 2022. Segundo o tribunal, o preço da proposta da aquisição dos aparelhos foi de R$799,9 milhões.
“O objetivo do TSE é adquirir até 180 mil urnas para substituir parte do parque tecnológico, que atualmente é de 470 mil unidades em todo o país. Urnas fabricadas em 2006 e 2008, cuja vida útil está esgotada, precisam ser substituídas pelos novos modelos”, diz o comunicado.
O processo de licitação para a fabricação das urnas começou em julho de 2019. Além da Positivo Tecnologia, a empresa Consórcio SMTT, liderado pela Smartmatic do Brasil, também disputou o pregão. Ambas precisaram apresentar um protótipo para análise do TSE.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
Editado por: Chico Marés
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