#Verificamos: Não há dados que comprovem queda de 30% nas vendas de produtos chineses em Santa Catarina
Circula nas redes sociais uma publicação que diz que houve uma queda de 30% nas vendas de produtos chineses no comércio de Santa Catarina. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Comércio de produtos chineses em SC amarga queda de 30% nas vendas e catarinenses rejeitam os selos made in China. Que tal adotarmos isso em todo o Brasil?”
Legenda de imagem publicada no Facebook que, até as 18h30 do dia 04 de agosto de 2020, tinha sido compartilhada por mais de 1,8 mil pessoas
A informação analisada pela Lupa é insustentável. Não há dados que comprovem que houve redução nas vendas de produtos chineses em Santa Catarina. Na imprensa, também não há publicações sobre o tema. O post que está circulando nas redes sociais também não especifica quais os tipos de produtos tiveram queda no comércio.
A assessoria de imprensa da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), por meio do WhatsApp, diz que desconhece a existência de estatísticas que relacionem volume total de vendas em determinado estado com origem dos produtos vendidos.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL), em nota, informou que não há conhecimento dos dados citados no post. O Sebrae e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/SC) também afirmaram não dispor de dados que comprovem a queda nas vendas de produtos chineses.
Considerando as importações de produtos chineses em Santa Catarina, houve uma redução de 5% no primeiro semestre deste ano, comparado com o mesmo período em 2019. Contudo, a queda no valor total das importações no estado foi de 11%. Os dados são do Comex Stat, plataforma de acesso às estatísticas de comércio exterior do Brasil, do governo federal.
A Fiesc explica, porém, que os dados de importação não mostram o comportamento das vendas de produtos chineses em Santa Catarina. Isso porque, por meio de empresas trading instaladas no estado, são realizadas importações destinadas a todo o país, e não apenas ao mercado estadual. “Conectar diretamente a rejeição aos produtos chineses com a conjuntura de pandemia é complicado. Ainda mais em tempos de dólar alto, o que encarece as importações”, diz a assessoria da Fiesc.
Por último, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o volume de vendas do comércio varejista catarinense, em maio, cresceu 6,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. A alta vem após sucessivas quedas, de 7,5%, em abril, e 5,4%, em março (em relação ao mesmo período de 2019). Os dados apresentados tampouco especificam a origem dos produtos.
Essa mesma checagem foi feita pelo Estadão Verifica.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
Editado por: Chico Marés
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