#Verificamos: É falso que imunização foi responsável por 2021 ter mais mortes pela Covid-19 no Brasil
Circula nas redes sociais que o número de óbitos por Covid-19 em 2021, maior do que aquele registrado em 2020, está relacionado com o avanço da imunização total da população no Brasil. A afirmação foi feita no Twitter por Rodrigo Constantino, comentarista da Jovem Pan, e passou a ser compartilhada na forma de um print do post original. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Em 2020, sem vacinas, o Brasil não chegou a 200 mil mortes com Covid; em 2021, com mais de 100 milhões de pessoas vacinadas com 2 doses, até agora, mais de 400 mil pessoas morreram, ou seja, o dobro. Fatos, apenas fatos”
Frase retirada de publicação no Twitter usada em post no Facebook que, até às 12h de 25 de outubro de 2021, havia sido compartilhada por 76 pessoas
A informação analisada pela Lupa é falsa. O avanço da imunização completa contra a Covid-19 não tem ligação com o maior número de óbitos pela doença em 2021 do que em 2020. À medida que a vacinação total avançou no segundo semestre deste ano e passou de 15% da população em julho, os dados mostram que houve uma queda expressiva tanto no total de óbitos quanto nos casos – mesmo com a circulação da variante delta, que causou surtos em países como Reino Unido e Estados Unidos.
A campanha de imunização no Brasil começou no dia 17 de janeiro de 2021, mas progrediu de forma lenta nos primeiros meses. Foi também no início do ano que o país passou a enfrentar a segunda onda da pandemia, impulsionada pela variante gama, que possui alta capacidade de infecção. Enquanto os Estados Unidos tinham 10% da população totalmente imunizada em março, o Brasil só atingiu esse patamar em maio.
Ao contrário do que indica a frase analisada, os dados oficiais do Brasil mostram que houve queda nas mortes à medida que mais pessoas tomavam as duas doses da vacina, como é possível verificar nos gráficos do Our World in Data. Em entrevista por telefone, o médico sanitarista Gonzalo Vecina afirmou que a tendência de queda é resultante de uma combinação entre a vacinação e a imunidade adquirida, muitas vezes, por quem teve a doença. O médico alerta ainda que pessoas vacinadas podem contrair a doença, mas que há uma queda importante de mortes e casos graves.
Segundo o Ministério da Saúde, em setembro deste ano, com quase 60% da população adulta totalmente imunizada, foi registrado o menor número de óbitos por Covid-19 em 2021 (16,3 mil). Ao se comparar esses dados com os de abril, o mês com maior número de registros (82,2 mil), a redução das mortes foi de 80%. A pasta diz, ainda, que a vacinação é a principal saída para conter a pandemia.
Procurado pela Lupa, Rodrigo Constantino não respondeu até a publicação desta checagem.
Uma versão semelhante dessa checagem foi feita por Aos Fatos e Checamos da AFP Brasil.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
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