#Verificamos: É falso que Ivete Sangalo perdeu patrocinadores e 100 mil seguidores no Instagram
Circula nas redes sociais uma publicação que afirma que Ivete Sangalo perdeu patrocinadores e mais de 100 mil seguidores no Instagram. O suposto boicote teria ocorrido depois que um vídeo que mostra fãs da cantora vaiando o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma apresentação em Natal (RN) viralizou nas redes sociais. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“Ivete mexeu com a pessoa errada. Já perdeu patrocinadores e mais de 100 mil seguidores no Instagram”
Texto de publicação que até às 15h25 do dia 12 de janeiro já havia sido compartilhada por 1,7 mil pessoas
A informação analisada pela Lupa é falsa. A reportagem contatou 14 empresas que patrocinam a cantora, e nenhuma delas disse que encerrou contratos com a cantora. Por e-mail, a assessoria de imprensa de Ivete Sangalo negou que ela tenha perdido algum patrocínio por causa do vídeo. Além disso, após perder cerca de 20 mil seguidores nos dias imediatamente seguintes à polêmica (o equivalente a 0,05% dos seus seguidores), esse número voltou a subir no início janeiro. Hoje, ela é seguida por mais pessoas do que antes da polêmica.
A Lupa fez um levantamento de publicidades feitas pela cantora em 2021 e entrou em contato com todas as empresas para saber se o contrato era apenas para uma campanha ou se era patrocínio fixo — neste caso, foi perguntado se o acordo seguia em vigência e se havia a intenção de encerrá-lo devido à viralização do vídeo.
No total, 20 marcas foram contactadas. Dessas, 15 responderam à reportagem e 5 não se posicionaram até o fechamento desta matéria. Os patrocínios fixos identificados foram com Vivo, Piracanjuba, Grupo Reckitt (LuftaFem), Flora (Neutrox), Wella (Koleston), EMS (Gerovital) e Supermercados Guanabara (rede do Rio de Janeiro). Somente a companhia de supermercados não quis se posicionar sobre o assunto. Todas as outras negaram o fim dos patrocínios.
Panasonic, Lojas Pompéia (varejista do Rio Grande do Sul), GloboPlay, Nivea, CRS Brands (Cereser) e Pfizer informaram que contrataram a cantora para campanhas pontuais e, portanto, não houve rompimento de contrato. MSD Família (Bravecto), Perdigão e Banco Inter não quiseram se posicionar sobre o assunto. No entanto, as duas primeiras veicularam materiais publicitários em redes sociais com a imagem de Ivete Sangalo (aqui e aqui). MSD e Inter também seguem usando peças de publicidade com a cantora em seus sites oficiais.
Britânia, CrediCard, Avatim (empresa de cosméticos) e Plie (marca de lingerie) não responderam à solicitação da Lupa até o fechamento desta reportagem. A Britânia, no entanto, segue usando a imagem da cantora no YouTube e Instagram. A Plie também veiculou conteúdos com a participação de Ivete em todas suas redes sociais (aqui, aqui, aqui e aqui), mesmo depois da viralização do vídeo de seu show em Natal (RN).
A cantora tampouco perdeu mais de 100 mil seguidores no Instagram. Pelo contrário: o número atual de seguidores é ligeiramente maior do que antes da viralização do vídeo. Segundo o Crowdtangle, plataforma de monitoramento de redes sociais da Meta, a cantora chegou a perder 19.845 seguidores entre 30 de dezembro de 2021 (quando veio a público o vídeo da vaia) e 2 de janeiro de 2022. Contudo, depois do dia 3, o número de seguidores voltou a crescer. Em 16 de janeiro, ela tinha 33.808.582 seguidores na rede social — 20.604 a mais do que tinha em 30 de dezembro de 2021 (33.787.978).
A polêmica
No dia 29 de dezembro, durante um show em Natal (RN), fãs da cantora começaram a xingar Bolsonaro. Ivete incentiva os gritos da multidão, e diz que, do jeito que estava, ele ia “acabar escutando de tão alto que foi”. O vídeo viralizou nas redes sociais e, desde então, apoiadores do presidente vem fazendo campanha contra a cantora.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
Editado por: Chico MarésO conteúdo produzido pela Lupa é de inteira responsabilidade da agência e não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem autorização prévia.
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