O ensino superior brasileiro tem a marca histórica de ser elitizado e ocupado, majoritariamente, pelos mais ricos e brancos; e oferta de cursos presenciais concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Até 1998, a cada 100 alunos de 18 a 24 anos em cursos superiores, 75 pertenciam aos 20% mais ricos da população. A partir dos anos 2000, isso começou a mudar, graças a políticas de ação afirmativa e à Lei de Cotas, que destinou vagas a negros, pobres e oriundos da escola pública. Em 2019, a situação era um pouco diferente: 40 de cada 100 estudantes pertenciam aos 20% mais ricos da população.
Os dados do Inep mostram que alunos vindos dos dois quintos mais pobres aumentaram a sua presença no ensino superior entre 1998 e 2019. De 1995 a 2015, a proporção de estudantes vindos dos 20% mais pobres (1º quinto) passou de 1,1% para 6,0%; a de alunos que pertenciam ao 2º quinto cresceu de 1,6% para 10,1% no mesmo período.
Ainda que o acesso das pessoas de baixa renda tenha aumentado, os índices se mantêm estáveis desde 2015. Desde então, diminuiu o ritmo de redução da desigualdade no ensino superior brasileiro.