Um olhar destreinado dificilmente encontraria o que a professora Michele de Sá Dechoum buscava em meio à vegetação fechada. Mas ela mirou com atenção por cima da restinga e, num instante, avistou o alvo. Embrenhou-se, então, pelo mato: foi para um lado, recuou, seguiu para o outro lado e quase rastejou em certo trecho. De repente, parou perto de um pinheiro-americano e, com um serrote de 20 cm, começou a cortar com firmeza o tronco da árvore de quase 3 metros de altura. Em menos de um minuto, Dechoum abateu mais um exemplar da espécie exótica invasora.
Os pinheiros-americanos, nome popular dos pínus, são originários do Hemisfério Norte e começaram a ser plantados no Brasil na década de 1950 para a produção florestal. Algumas das espécies, como a Pinus elliottii, podem se tornar terríveis invasoras. Fora do hábitat natural, crescem rápido (chegam a 30 metros de altura), espalham-se, formam aglomerados exclusivos e tomam o lugar das plantas nativas. Têm grande facilidade para ocupar um largo território, pois suas sementes podem viajar até 60 km, levadas pelo vento.
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