A cozinheira Camila Rodrigues da Silva, em Fernando de Noronha: “Comecei a trabalhar com 13 anos. Sofri muito, chorava dia e noite. Mas aprendi muito com cada etapa da minha vida” CRÉDITO: VICTOR MORIYAMA_2025
Geração democracia: parte V_O cuidado e a desolação
Uma sociedade deve ser avaliada pela forma como cuida dos mais frágeis
José Henrique Bortoluci | Edição 228, Setembro 2025
GENTE QUE VIVE COMO EU
Ouvi Camila Rodrigues contar sua história de vida por acaso, numa manhã de agosto de 2024. Ela substituía a cozinheira de uma pousada em Fernando de Noronha onde eu passava férias com amigos. Eu estava sonolento e atrasado para um passeio de barco, mas não pude deixar de prestar atenção naquela mulher que aparentava ter mais ou menos a minha idade e narrava a uma hóspede sua biografia, farta de reviravoltas e desafios. Além de cozinheira e camareira da pousada, Camila era cuidadora de idosos. Ela também já havia se empregado, desde os 13 anos, como babá e empregada doméstica – ambos trabalhos de cuidado.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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