Uma tarde na areia: os homens são fortes e barrigudos, têm os braços cobertos por tatuagens imensas, e sob as lentes dos óculos escuros à policial rodoviário não é possível dizer se dormem ou não – esparramam seus corpanzis nas cadeiras, tombam as cabeças nos ombros ou entrelaçam os dedos por trás da nuca. Ele não se ilude quanto à possibilidade de vender sua arte CRÉDITO: PEDRO FRANZ_2022
He-Man
Um cata-bagulho é sempre bem-vindo
Antonio Mammi | Edição 191, Agosto 2022
Teso até o limite, o cadarço se amarra num nó desesperado para a bermuda, esgarçada, não arriar. A bunda segura o pano do lado traseiro, mas alguns pelos púbicos são inescapáveis ao olhar do potencial cliente que estiver sentado numa canga, sem dinheiro (ou disposição) para pagar por cadeira e guarda-sol.
É arte, artesanato em ferro e madeira, explica o vendedor, enquanto tenta se desvencilhar de um saco plástico que engancha no tornozelo, trazido pelo vento que precede a chuva.
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