
Jacob Palis: “Ele foi uma liderança revolucionária em todas as instituições que comandou”, diz o amigo e professor de física Luiz Davidovich CRÉDITO: DARYAN DORNELLES_2018
O sorriso da raposa
Jacob Palis, o homem que ajudou a erguer a matemática brasileira
Fernando Tadeu Moraes | Edição 225, Junho 2025
Existe um retrato em branco e preto que mostra o rosto de quatro homens que, à altura em que foram fotografados, já haviam ultrapassado os 70 anos. São quatro matemáticos brasileiros que devotaram a vida à missão de alavancar a pesquisa nacional nesse campo do conhecimento. Dois deles, Maurício Peixoto (1921-2019) e Manfredo do Carmo (1928-2018), exibem um semblante sério, circunspecto. Outro, Elon Lages Lima (1929-2017), comprime os lábios numa expressão gentil e tímida. Apenas Jacob Palis, o mais jovem do grupo, ri de maneira franca, os olhos reluzentes, mirando longe.
O registro fotográfico dos quatro matemáticos, feito em 2014 para uma edição especial da piauí, não tem nada de fortuito. Palis, que morreu no dia 7 de maio no Rio de Janeiro, aos 85 anos, era um homem que sorria, como mostra a foto ao lado. Dava a impressão de achar o mundo divertido, parecia constantemente maravilhado com seus mistérios e possibilidades. A alegria e o bom humor combinavam com outras características pessoais marcantes: generosidade, otimismo, autoconfiança, ousadia, carisma, megalomania, brilhantismo.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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