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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2007

esquina

Alô, o Goiaba está?

Nome, RG, CPF e apelido, faz favor

Letícia Rocha | Edição 11, Agosto 2007

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Adarlan das Aluminas (Adarlan R. Fonseca), Adélia do Nacola (Adélia M. F. Castro), Adilson Advogado (Adilson G. Moreira) e assim por diante, de pai para filha, de marido para mulher, de amigo para compadre, de gerente para cliente.

Outubro de 1999. A publicitária Érica Zanetti acomoda-se na minúscula mesa de compensado do Centro dos Diretores Lojistas de Cláudio, cidade mineira de 27 mil habitantes (contando a área rural), cravada no meio de dezenas de morros, a 130 quilômetros ao sul de Belo Horizonte. Separa régua, canetas – azul e vermelha –, uma lista telefônica da Telemar e alguns papéis. Encara o velho telefone preto e começa. Entra em contato com a primeira pessoa da lista. Dois mil e quinhentos telefonemas depois, ela terá em mãos o material para confeccionar um livreto de grande utilidade a todo claudiense: a Listapel, rebatizada em 2006 de Apelista. É uma lista telefônica organizada por apelidos. Custa 5 reais nas bancas e, depois de um ano, o preço cai para 1 real.

Piruá Véio (Alvimar M. Santos). Piruá Filho (Agnaldo M. Santos). Déiz Conto (Sinfrônio S. Martins). Em Cláudio, a informalidade tem força de lei. As pessoas se cumprimentam mesmo sem se conhecer. Apresentar-se pelo nome é coisa rara. Se der o sobrenome, não regula bem. Sistemático propriamente é o apelido. Érica Zanetti, por exemplo, de 41 anos, claudiense da gema, é uma absoluta desconhecida. Já Érica do Claré da Diti, todo mundo sabe quem é. Seus conterrâneos reconheçam a importância da epopéia cadastral a que ela se lançou. “Mesmo no comércio e nos bancos, o cadastro é feito por nome, endereço, CPF, RG e apelido”, explica ela, com a credibilidade enfatizada pelo seu forte sotaque mineiro.

 

A idéia da Apelista nasceu na mesa da cozinha de Zanetti. Uma noite, ela conversava com o então marido, Fábio Diniz, e o irmão, Heitor Oliveira, o Tucano, quando o assunto desviou para essa mania de pôr apelido. Foi surgiu a questão premente: e se, por hipótese, alguém precisasse ligar para o Groselha? Alguém ali sabia o nome do Groselha? Ninguém sabia. Para todos os efeitos, Marcos A. R. de Carvalho era um nada. Groselha, este sim existia; Groselha era o amigo. O trabalho de pesquisa durou cerca de quatro meses. Das 8 e meia da manhã às 9 da noite, Zanetti foi discando, um por um, todos os números da lista telefônica. “E imagina, era daquele telefone antigo, de disco.”

Lançada em abril de 2000, a primeira edição da lista contava com 975 apelidos. A quinta e mais recente, publicada em 2006, traz 2500 – cerca de 80% das linhas telefônicas registradas em Cláudio. Lex Lutor (Nilton C. M. Costa) e Fusquinha (Wilson Teixeira) já podem ser achados com facilidade. “Difícil é encontrar quem não tenha apelido”, diz Zanetti. Nada passa despercebido aos olhos do claudiense. Um pequeno deslize, um maneirismo qualquer, uma característica mais ressaltada na fisionomia e nasce um apelido. Supõe-se, por exemplo, que Dez Pras Duas (Hélder M. Jorge) caminhe a passos de bailarina, os pés viradas para fora. Cremildes Q. Coelho deve ser loirinha, ou algum dia pretendeu ser – donde, Pakita. Já Hélio L. Cruz não deve ser nenhuma alma da festa. Seu apelido é Gardenal.

Há também os apelidos por consangüinidade. Anos e anos atrás, um amigo de Vicentino Pereira o chamou de Goiaba. Fazia todo o sentido, tanto que não demorou muito para que o epíteto pegasse em seus onze irmãos, como nome de família. “Eu ainda era menina”, conta Ana Pereira Januário, ou Ana Goiaba; faz tanto tempo, que ela teve de recorrer a outro irmão, Vicente Goiaba, para lembrar a origem do apelido: “Foi por causa da gengiva vermelha”, ele lhe explicou.

 

 

O histórico de alguns apelidos foi pesquisado por Noeme do Zé Costela (Noeme Vieira de Moura, para os forasteiros), assessora de cultura e turismo da prefeitura de Cláudio. Nos 143 verbetes do pequeno dicionário (publicado como apêndice em certas edições da Apelista), há episódios biográficos como o de Moiado. Quando criança, Moiado caiu num poço. As irmãs saíram em busca de socorro e, ao voltar, já o encontraram a salvo. Aliviadas, perguntaram: “Como é que você saiu de lá, menino?”. Tirando água do ouvido, ele respondeu: “Moiado”.

A Apelista se tornou popular. Há os que não gostam de como são chamados e por isso não autorizam a publicação. Há também os que são excluídos por não terem sido localizados durante as pesquisas. “Esses me param na rua e vêm reclamar porque ficaram de fora”, conta Zanetti. Em 2006, ela recebeu um telefonema da Fazenda Casa do Jacarandá, antiga propriedade do ex-presidente Tancredo Neves. O atual proprietário queria constar da lista como Cunha, seu sobrenome por parte de pai. Está lá, na página 20, telefone (37) 3381-0925. Em outras freguesias, Cunha é mais conhecido como Aécio – aquele Aécio, de Inês Maria, de Tancredo.

Letícia Rocha

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