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    Muita gente acha que vamos dar com a cara no muro. Nos tornamos numerosos demais. Temos os meios de nos autodestruir e seria espantoso que não os utilizássemos ILUSTRAÇÃO: A INCREDULIDADE DE SÃO TOMÉ_CARAVAGGIO, MICHELANGELO MERISI_C. 1601-1602_FOTO SCALA, FLORENÇA - CORTESIA DE MINISTERO BENI E ATT. CULTURALI_2016

questões apocalípticas

Nós, fregueses de Paulo

O que há de semelhante entre o mundo atual e o dos primeiros cristãos

Emmanuel Carrère | Edição 115, Abril 2016

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A cena se passa na sinagoga de Trôade. Lucas viaja a trabalho, que decerto tem a ver com sua atividade de médico. É seu costume, quando está de passagem numa cidade estrangeira, ir à sinagoga no dia do shabat. Lá, mesmo sem conhecer ninguém, não se sente deslocado, pois as sinagogas são iguais em todos os lugares. Um recinto simples, quase nu. Sem estátuas, afrescos ou ornamentos. Isso também lhe agrada, faz descansar sua alma.

Após a leitura de praxe da Lei e dos Profetas, o chefe da sinagoga pergunta se alguém deseja tomar a palavra. Segundo o costume, ele a concede primeiro aos recém-chegados. Embora recém-chegado, ocupar a tribuna não faz o gênero de Lucas. Imagino-o inclusive temendo ser notado, temendo que o olhar do chefe da sinagoga se detenha nele, mas não tem tempo de ficar preocupado pois um homem se levanta e se dirige ao centro da sala. Apresenta-se como Paulo, um rabino procedente da cidade de Tarso.

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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