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    Propuesta Republicana, o partido de Macri, surgiu depois da crise de 2001. Reunia pessoas jovens: de ONGs, das universidades e do setor privado. Críticos à esquerda viam o PRO como um aglomerado de neoliberais nostálgicos da era Menem FOTO: CASA ROSADA_2015

carta da Argentina

O C.E.O.

Mauricio Macri, o presidente que recrutou executivos para governar e parece querer prescindir da política

Graciela Mochkofsky | Edição 112, Janeiro 2016

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Em 6 de dezembro passado, apenas quatro dias antes de deixar a Presidência, Cristina Kirchner tuitou uma história surpreendente para seus 4,3 milhões de seguidores: contou que o presidente eleito, Mauricio Macri, havia acabado de gritar com ela ao telefone, exigindo receber faixa e bastão presidenciais – adereços da tradicional cerimônia de posse – no palácio presidencial, e não, como pretendia ela, no Congresso Nacional. De acordo com Cristina, ele teria dito aos gritos (o que os assessores de Macri posteriormente negaram) que era isso o que ela precisava fazer, porque “a cerimônia era dele” – e teria ainda ameaçado deixá-la de fora, caso não cooperasse. Nessa hipótese, ele receberia faixa e bastão do presidente da Corte Suprema de Justiça. As intenções dela, prosseguia Cristina, eram as melhores possíveis. Havia mandado até plantar flores amarelas (a cor do PRO, Propuesta Republicana, o partido do presidente eleito) nos jardins da residência presidencial. Mas aquela gritaria toda era intolerável e, sugeriu ela, antidemocrática. Para ela, era o fim. “Meu amor acabou aí”, escreveu.

Boa parte do resto da semana foi consumida nessa refrega. Macri insistia em seu desejo de que a cerimônia tivesse lugar à tarde, no palácio presidencial; Cristina, em que ela acontecesse pela manhã, no Congresso Nacional. Na quarta-feira, Macri conseguiu de uma juíza a determinação para que a Presidência de Cristina Kirchner terminasse um pouco mais cedo que o esperado: à meia-noite da véspera da posse do novo mandatário.

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