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    Até 1870, a língua geral, ou nheengatu, foi dominante no Amazonas ─ índios, mestiços, brancos, negros, todos a falavam. Apagou-se a língua e apagou-se também a memória da língua ILUSTRAÇÃO: CAIO BORGES_ESTÚDIOONZE_BASEADO EM THE GOSSIPS_NORMAN ROCKWELL_1948

questões linguísticas

O contrário da memória

Vida, morte e vida da língua geral

Branca Vianna | Edição 116, Maio 2016

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São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, fica a 858 quilômetros da capital do estado – são quatro dias de barco ou duas horas e meia de bimotor. É uma das cidades mais ao norte do país, na divisa com Venezuela e Colômbia. É tão perto da fronteira – doze horas de barco, distância que em dimensões amazônicas equivale a um pulinho – que os rebeldes das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, descem o rio para fazer compras na cidade. Quando há um cessar-fogo entre governo e guerrilheiros, o comércio local, que já não é dos mais pujantes, sente o baque.

O município ganhou fama em 2002 por ter oficializado três línguas indígenas, além do português. Disso se depreende que deveria haver funcionários falantes de tukano, baniwa e nheengatu nas escolas e repartições públicas, no batalhão do Exército, nos hospitais, no Banco do Brasil, na casa lotérica que faz as vezes de agência da Caixa Econômica e no fórum de Justiça.

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