A atriz Naomi Watts, Bing e a escritora, nas filmagens de O Amigo: para Vivian Gornick, a força do romance não está na trama, mas na presença da narradora, uma “inteligência senciente” CRÉDITO: MATT INFANTE_2024
A festa tardia
Sigrid Nunez e seus celebrados romances sobre o luto
Alejandro Chacoff, de Nova York | Edição 224, Maio 2025
Era uma noite fria de uma segunda-feira em março, e as calçadas do South Street Seaport, região portuária que costumava abrigar um dos mais tradicionais mercados de peixe de Manhattan, estavam vazias, com esse aspecto fantasmagórico que áreas históricas convertidas ao turismo ganham após o entardecer. Havia só mais uma passante na rua e nos entreolhávamos de vez em quando, um confiando ao outro a tarefa de descobrir exatamente onde era o evento.
Lá dentro, fazia calor e estava lotado. Naomi Watts era inundada por flashes num tapete vermelho diminuto que na tevê provavelmente viria a parecer maior, mais extenso. A atriz posava para as fotos num vestido branco sem mangas, e sua saia parecia estampada por grandes manchas pretas, disformes. Algumas outras celebridades – o ator Mark Ruffalo, que não participara do filme; e Bill Murray, que fazia uma ponta e era ansiosamente esperado – também circulavam.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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