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    Rodrigo com o pai, Ruy Mesquita, no Alto Rio Negro, na Amazônia, em 1994: no ano seguinte, a Newsweek, então a maior semanal do mundo, diria que a internet era coisa de lunáticos CREDITO: ACERVO PESSOAL

questões midiáticas

Uma nova imprensa

Como os jornais perderam o passo na era da informação virtual

Rodrigo Mesquita | Edição 165, Junho 2020

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A imprensa cruzou os braços em 1995, quando a web nascia comercialmente. O mundo andou, e os gigantes da tecnologia conquistaram o seu mercado e dominaram o centro de uma estrutura construída pelos cientistas da década de Woodstock, ungidos pelo espírito libertário dos anos 1960, com o objetivo de que ninguém tivesse o controle da nova infraestrutura, que cresce pelas beiradas e empodera a célula, o indivíduo. Essa infraestrutura, que gerou a nova mídia, é a internet, cujos fluxos de informações, em função do domínio dos gigantes da tecnologia, estão apoiados e formatados pela publicidade, deixando a audiência exposta a operações de manipulação informativa num nível que acadêmicos, legisladores e mesmo jornalistas somente agora começam a entender de fato.

Em 2008, ano da crise financeira, quando já havia perdido o mercado de pequenos anúncios e começou a ficar sem os grandes anunciantes, a imprensa finalmente acordou. Mas acordou apenas para o potencial da rede de distribuir informação, atuando no novo ambiente midiático em formato broadcast – de um ponto para milhares, ignorando a via de retorno. Desconsiderou o fato de que tinha passado a atuar num novo ecossistema de informação, onde ninguém tem o domínio da opinião pública e todos podem interagir, articular, escrever, editar e publicar – um ecossistema muito diferente do antigo meio jornalístico, fechado e reservado a poucos nos seus predicados de interação e articulação.

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