A reportagem O cupinzeiro, de Breno Pires, publicada na edição de junho da piauí, demonstra como o governo Jair Bolsonaro enxugou o programa petista Mais Médicos por motivos ideológicos, sem se preocupar com o serviço prestado à população – e colocou no lugar um ninho de falcatruas. A Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), entidade privada criada para comandar o programa Médicos Pelo Brasil, foi chefiada até março por três diretores que fizeram do processo seletivo de funcionários da área técnica e administrativa um jogo de cartas marcadas.
Após três meses de investigação, a piauí revela que o diretor-presidente da Adaps, Alexandre Pozza, funcionário de carreira do Ministério da Saúde que ascendeu durante o governo Bolsonaro, contratou uma empresa que tem como sócio majoritário o patrão de um irmão de Alexandre. A Maza Invest, gestora de investimentos do empresário Abner Lima de Oliveira, ganhou um contrato da Adaps para gerir recursos que, atualmente, já passam dos 232 milhões de reais. A maior parte desse dinheiro estava em contas que a gestora transferiu para o Banco BTG Pactual, enquanto preparava a criação de um fundo de investimentos, registrado na Receita Federal e na Comissão de Valores Mobiliários em 24 de março. Um portfólio e tanto para uma empresa que nunca havia gerido um fundo de investimento, segundo as informações públicas disponíveis no site da CVM. A Adaps também contratou, para fazer recrutamento de funcionários, uma empresa na qual trabalhava a mãe do diretor-presidente da própria agência.
Pior ainda, para a população, foi o efeito da desidratação do programa Mais Médicos em plena pandemia de Covid. Lançado por meio de uma Medida Provisória em 1º de Agosto de 2019, o programa Médicos Pelo Brasil terminou o ano de 2022 com menos de 5 mil médicos atuantes – o Mais Médicos, criado em 2013, já tinha mais que isso ao fim de seu primeiro ano de funcionamento.
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