O número de brasileiros que utiliza transporte aéreo dobrou nos últimos dez anos. Nesse período, o Brasil registrou 1.725 acidentes aéreos, sendo 408 fatais. Ainda assim, o transporte aéreo é muito mais seguro que o rodoviário: de 2008 a 2018, para cada pessoa que morreu num acidente aéreo no Brasil, 420 morreram em acidentes de transporte terrestre. A maior possibilidade de morte em caso de acidente é no setor de táxi-aéreo, com 88%. Nesta semana, a piauí reúne comparações sobre os acidentes na aviação brasileira.
De 2008 a 2018, o número de passageiros que usam transporte aéreo quase dobrou no Brasil: passou de 56,2 milhões para 103 milhões por ano.
Para cada acidente motivado por pane seca, ou seja, falta de combustível (73), houve 4,5 causados pela perda de controle durante o voo (332), razão mais frequente de ocorrências de 2009 a 2019.
No mesmo período, houve 3.073 incidentes, ocorrências de menor gravidade, sem feridos ou mortos, e um a cada seis incidentes foi causado por estouro de pneus (581). Para cada incidente motivado por problemas no trem de pouso (151), houve dois por colisão com aves (312).
Para cada acidente durante a corrida pós-pouso (144), há dois durante a decolagem, fase com mais ocorrências (324).
Em 2018, a chance de um brasileiro se ferir em caso de um acidente de avião era seis vezes maior que de helicóptero.
De 2009 a 2019, 18% dos acidentes com aeronaves Ipanema (modelo que mais registra ocorrências) causaram mortes. No caso dos ultraleves, em 57% dos acidentes houve mortes. Assim, a chance de um acidente com ultraleve resultar em morte é o triplo da verificada em acidentes com os Ipanemas usados na aviação agrícola.
O segmento da aviação brasileira com mais acidentes é o de aeronaves particulares (679). Mas a maior possibilidade de mortes está no setor de táxi-aéreo: 88%. Na aviação particular, a proporção é 62,6%, e na aviação agrícola, 21%. A chance de um acidente com táxi-aéreo resultar em morte é quatro vezes a verificada na aviação agrícola.
O estado de São Paulo concentrou a maior parte dos acidentes do país de 2009 a 2019: 370. O Rio Grande do Sul é o segundo em número de ocorrências, com 164. Para cada acidente no Rio Grande do Sul, há dois em São Paulo.
Fontes: Datasus; Painel Sipaer; Anac.