Diante da guerra em curso na Europa depois da invasão russa à Ucrânia, a capa da piauí_186, Dança macabra, retrata o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o russo Vladimir Putin, que bailam em meio aos cadáveres. A ilustração de Caio Borges é baseada na fotografia de Raul Villalba.
A edição de março traz duas reportagens sobre a direita. Em O irmão húngaro, o repórter João Gabriel de Lima, que acompanhou a visita de Bolsonaro à Hungria, reconstitui os métodos pelos quais o primeiro-ministro Viktor Orbán, no poder há quase doze anos, está transformando o país numa autocracia de extrema direita. Já O antifenômeno traz o relato de Ana Clara Costa depois de percorrer cinco cidades no Nordeste e no Sudeste com o ex-juiz Sergio Moro para medir a temperatura de sua candidatura à Presidência.
Acauam Oliveira e Rafael Mantovani mostram como o Brasil se tornou O paraíso do racismo – sem crime e sem culpados, mas com um amontoado gigantesco de corpos. A violência contra negros sempre acontece em nome de outra coisa que não o ódio racial. No rastro do assassinato do congolês Moïse Kabagambe, Matheus de Moura investiga as condições da comunidade de imigrantes no Rio de Janeiro e explica por que dois congoleses desistiram de viver no Brasil (“Sei quando um país está em crise”).
A reportagem Abrindo a torneira, de Camille Lichotti, descreve como a privatização do saneamento coloca o Brasil na contramão do mundo.
A edição conta ainda a história do Guru do datagrama, o engenheiro Louis Pouzin, que esteve a um passo de inventar a internet na França, mas acabou sendo boicotado.
Nas Esquinas, uma funcionária pública desperta as instituições para as necessidades dos contribuintes sem-teto, indígenas filmam sua luta contra grileiros em Rondônia e a obsessão de um prefeito com dinossauros vira piada na Bahia.