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No Brasil, ministros sobrevivem no cargo por apenas 21 meses

Luigi Mazza e Renata Buono | 30 out 2020_10h25
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O que tem de prestigioso, o cargo de ministro não tem de duradouro no Brasil. De 1982 até 2010, o tempo médio de permanência dos ministros brasileiros no cargo foi de apenas 21 meses. Ou seja: em média, eles deixaram a Esplanada menos de dois anos após terem pisado nela pela primeira vez. Não é de espantar, já que os ministérios, além de estarem submetidos aos interesses imediatos da política, são os primeiros cargos a serem trocados quando um novo presidente toma posse.

Nesse quesito, o Brasil está afinado com o restante da América Latina. No continente, o tempo médio de permanência de ministros do governo federal é de 20 meses. Alguns países oferecem mais estabilidade do que outros. No México, por exemplo, os ministros sobreviveram, em média, por 32 meses – ou seja, quase três anos – no período de 1982 a 2010. Já no Peru, eles se seguraram no cargo por apenas 12 meses, em média.

A instabilidade do cargo de ministro ajuda a explicar, em parte, a instabilidade da burocracia do governo. No governo federal, ocupantes de cargos comissionados do tipo DAS – Direção e Assessoramento Superiores – sobrevivem no cargo por apenas 25 meses, em média. Se forem servidores DAS de nível 6, o mais alto da hierarquia, só duram 20 meses no cargo. Os dados foram calculados por um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado este ano. Os pesquisadores computaram informações dos 127,7 mil servidores que passaram por cargos DAS do governo federal de 1999 até 2017.

Fonte: O carrossel burocrático nos cargos de confiança, estudo publicado pelo Ipea.

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