No Mundial da segurança, Brasil é o 4º pior entre 142 países

Ana Carolina Santos vive uma saga para manter o celular a salvo em sua mochila. Em um intervalo de nove meses, a estudante de 22 anos teve o aparelho roubado ou furtado quatro vezes. O primeiro assalto foi em julho de 2017. Numa viagem de ônibus, um garoto enfiou o braço pela janela e deu o bote – arrancou o celular de suas mãos e saiu correndo. Cinco meses depois, o segundo roubo, desta vez na saída de um baile em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Passou-se mais um mês e, enquanto a estudante estava distraída num bar com um amigo, lá se foi mais um. Mal dava tempo de esquecer o último aparelho. Na última vez em que foi roubada, em março, logo na rua de casa em Brás de Pina, também na Zona Norte, a estudante ainda pagava as prestações de um dos celulares que perdeu.

A violência urbana levou a estudante de Comunicação a mudar de hábitos. Nos últimos doze meses, ela passou a caminhar pelas ruas a passos cada vez mais rápidos e adotou o costume de, com frequência, voltar os olhos para trás. Se algum homem caminha atrás dela, seu coração acelera. E agora qualquer barulho no ônibus a faz saltar no assento. Em maior ou menor medida, é uma sensação de insegurança que se repete pelo país. Segundo a 2018 Global Law and Order, pesquisa de opinião do Instituto Gallup divulgada no início do mês, o Brasil é o quarto país no mundo em que as pessoas se sentem mais inseguras, entre 142 nações.