É inacreditável a incompetência que as várias diretorias de futebol do Flamengo vêm demonstrando, desde 2010, em suas contratações. Naquele ano, o time se reforçou com aberrações que atendiam pelos nomes de Jean, Rodrigo Alvim, Corrêa, Fernando, Michael, Ramón. E até o grande Zico contribuiu com a lambança, em sua curta passagem como diretor executivo de Futebol na não-gestão de Patrícia Amorim, contratando Cristian Borja, Val Baiano, Leandro Amaral, Diogo e Deivid. O desatino melhorou um pouco em 2011, com Ronaldinho Gaúcho – que não deu lá muito certo, mas não pode ser considerada má escolha. Só que, junto com ele, vieram Alex Silva, Gustavo, Bottinelli, Jael, Vanderlei. Mais: naquele ano, quando saiu do Fluminense, Emerson Sheik estava doido para voltar ao Flamengo. Preferiram trazer o Thiago Neves. Em 2012 a lista incluía Arthur Sanches, Magal, Itamar. E agora, em 2013, as contratações têm resultado nisso aí que todo mundo está vendo às quartas e domingos.
A diretoria do Flamengo tem batido na compreensível tecla de que 2013 é um ano para ajustar as contas do clube, e não para montar um grande time. Mas não se trata disso. Trata-se de gastar da melhor maneira possível o pouco dinheiro que se tem – algo básico, sobretudo quando se está falando de uma diretoria composta por empresários bem-sucedidos.
Está certo que o clube não tem dinheiro para buscar jogadores mais valorizados, que nem Júlio Baptista e Diego Tardelli, por exemplo, mas com a grana que paga à nulidade chamada Carlos Eduardo não seria possível trazer o perigoso Willian, atacante que foi do Corinthians e agora está no Cruzeiro? No ano passado, em Salvador, Gabriel jogava pelo Bahia e Willie – que fez dois golaços no jogo de ontem no Mineirão – pelo Vitória. Adivinhe qual dos dois o Flamengo pescou? Não sou lá muito fã do André, centroavante que também está no Vasco, mas é óbvio que ele é muito melhor que Marcelo Moreno. E duvido que tenha custado mais caro. Creio que não cabem, nessa crítica, jogadores novos dos times menores, porque eles são apostas que todos os nossos grandes clubes precisam fazer. E aposta é aposta, pode-se ganhar ou perder. Mas, por honra e glória de São Petkovic, quem foi que inventou João Paulo?
De 2010 para cá, são erros em cima de erros, numa relação absolutamente desproporcional ao número tão pequeno de acertos – Elias, possivelmente o Chicão, Paulinho talvez venha a ser útil. Moral da história: é torcer para não cair, ajustar um pouco melhor as contas, jogar uma bomba e começar do zero.