Samurai de olhos azuis é uma animação que conta a violenta jornada de Mizu, que, em busca de vingança, decide ir atrás de seu pai. Ela desconhece a identidade do pai, mas sabe que é um homem branco, pois dele herdou os olhos azuis. Na época de seu nascimento, havia apenas quatro homens brancos no Japão. Mizu decide matar todos eles.
A saga se passa durante o período Edo (1603-1867), quando as fronteiras do Japão estavam fechadas aos outros países e mínimos traços físicos tidos como não japoneses, como os olhos azuis de Mizu, levavam a pessoa a ser considerada um ser impuro, ou até menos humana, no país.
Não é preciso ser um amante das animações japonesas para se envolver com a série. O responsável por esta recomendação, por exemplo, não assistia a um exemplo do gênero desde a pré-adolescência, há mais de vinte anos. Samurai de olhos azuis é para quem procura um enredo clássico e épico: a expectativa da grande batalha contra o vilão prende o espectador até o último episódio. E, apesar de ambientado no século XVII, a história conversa com temas atuais (e ainda apresenta sangrentas batalhas que agradarão os nostálgicos da série Game of Thrones).
A beleza visual da animação é um destaque e foi elogiada por Hideo Kojima, um dos principais designers de games no mundo. As imagens são inspiradas na longa tradição da arte japonesa. Os traços dos personagens vêm do Bunraku, teatro de bonecos japonês, e as sequências parecem pinturas em movimento no estilo Ukiyo-e, com suas xilogravuras e pinturas de cores vibrantes que retratavam cenas da vida cotidiana. A produção da série também consultou especialistas no período Edo para ser fiel à arquitetura, ao vestuário e à vida social do Japão do século XVII.