O filósofo Newton da Costa ainda é pouco conhecido pelos brasileiros, apesar de ter sido responsável por uma verdadeira revolução científica. No começo dos anos 1960, ele desenvolveu um ramo totalmente novo da lógica, que pôs em xeque o princípio da não contradição, em vigor desde Aristóteles no século IV a.C. e um pilar da própria racionalidade.
Esse princípio define que uma teoria na qual é possível deduzir tanto uma fórmula como a sua negação é uma teoria trivial (no jargão da lógica clássica). Se trivial, a teoria é incapaz de fornecer algum tipo de conhecimento, já que todas as fórmulas delas são demonstráveis, tornando-se impossível distinguir o verdadeiro do falso.
Com sua lógica paraconsistente – como foi chamada –, Costa colocou em xeque o princípio da não contradição, mostrando ser possível o que muitos julgavam inconcebível: construir sistemas lógicos que admitem contradições sem por isso se tornarem triviais, ou seja, sem que a distinção entre a verdade e a falsidade entrasse em colapso.
Costa morreu no dia 16 de abril, aos 94 anos. Escreveu mais de 150 artigos científicos e uma dezena de livros, e seguiu dando conferências e produzindo conhecimento até as vésperas de sua morte, escreve Fernando Tadeu Moraes, que foi aluno do filósofo, na edição deste mês da piauí.
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