Cresce, ano a ano, o número de brasileiros que moram de aluguel. Eram 17% da população em 2016, hoje são 20%. O encarecimento do metro quadrado, sobretudo nas grandes cidades, dificulta a obtenção da casa própria. Ela é mais rara no Centro-Oeste, onde 62% dos habitantes são donos de suas residências, e menos no Norte (78%). Há nos dados do IBGE um aparente contrassenso: eles mostram que a casa própria é mais comum entre os pobres do que entre os ricos. As condições de posse, no entanto, são muito distintas. Entre aqueles com menor renda, 18% dos que possuem imóveis não têm documento atestando a compra. O =igualdades mostra, com números, como esse sonho vem perdendo espaço no Brasil.
A maioria dos brasileiros (65%) vive em domicílios próprios e já pagos. Mas esse percentual vem caindo desde o início da série histórica do IBGE, em 2016. Naquele ano, 17% dos brasileiros moravam de aluguel. Em 2022, já eram 20%. O crescimento foi contínuo.
Entre os brasileiros mais pobres, 18,3% pagavam aluguel em 2022. Entre os mais ricos, a proporção era de 21%. Embora a casa própria seja mais comum entre aqueles de menor renda, uma parte considerável dessa população vive em áreas precárias, em muitos casos sem documentação atestando a posse do imóvel.
A Região Norte tem a maior proporção de pessoas vivendo em domicílio próprio. Eram 78%, em 2022. O Centro-Oeste, enquanto isso, tem a menor proporção dentre todas as regiões (62%). A média brasileira é de 65%, segundo os dados do IBGE.
Palmas é a capital brasileira com a maior proporção de habitantes morando de aluguel. Em 2022, eram 40% das pessoas, segundo o IBGE. Isso equivale ao dobro da média brasileira.
A cada 100 brasileiros com casa própria, 14 não têm a documentação adequada que atesta a posse do imóvel. A proporção aumenta entre os mais pobres: 18 a cada 100 não têm o registro oficial de posse.
O aluguel asfixia as finanças de um número cada vez maior de brasileiros. Para muitas famílias, trata-se do principal gasto fixo a cada mês. Segundo o IBGE, em 2022, praticamente um quarto das pessoas que moravam em imóveis alugados comprometiam 30% ou mais da renda com o aluguel.
A situação, em geral, é mais grave nas grandes metrópoles. Em 2022, 23% dos brasileiros que viviam em imóveis alugados comprometiam 30% ou mais da renda com aluguel. Na cidade de São Paulo, a proporção era de 33% dos locatários.