Quase metade dos 1,8 milhão de funcionários do poder público federal no Brasil são inativos. Há cerca de 803 mil aposentados, pensionistas e militares da reserva – 45% do total –, contra 998 mil servidores ativos. As figuras abaixo mostram o tamanho e o peso da inatividade no setor público, em comparações com outros setores.
Os inativos federais (civis e militares) equivalem a todos os trabalhadores da indústria têxtil…
… um número próximo ao dos funcionários de instituições financeiras, como bancos, corretoras e companhias de seguros.
O número de militares da reserva (160 mil) é equivalente ao de trabalhadores dos Correios e outras empresas de entrega.
Já os 643 mil funcionários públicos civis aposentados ou pensionistas são equivalentes a 21 vezes o total de empregados da Ambev no Brasil, a maior empresa de bebidas do país.
O INSS, órgão público que paga as aposentadorias, tem 81 mil funcionários ativos e inativos. É o mesmo número de empregados do maior grupo varejista do país, o Carrefour.
Com 216 mil funcionários inativos, dos quais 160 mil são militares da reserva, o Ministério da Defesa é o que tem maior número de servidores nessa situação, à frente dos ministérios da Educação (145 mil) e da Saúde (137 mil), segundo e terceiros lugares.
Tanto na Educação quanto na Defesa, há duas vezes mais ativos, que sustentam os inativos do ministério. Já na Saúde, a relação entre aposentados/pensionistas e funcionários na ativa é quase equivalente – 137 mil a 101 mil.
A Defesa, ao qual estão vinculados os militares, é o ministério que mais gasta com inativos. Foram 48 bilhões de reais em 2018. É quase duas vezes aquilo que gastaram as pastas da Educação e da Saúde, somadas.
Os dois ministérios que mais gastam com pessoal têm cerca de duas vezes mais ativos do que inativos na folha de pagamento. A proporção dos custos, porém, é inversa. Enquanto a Educação gasta três vezes mais com ativos do que com inativos, a Defesa tem duas vezes mais gastos com inativos do que com os seus servidores na ativa.
*
Fontes: Painel Estatístico de Pessoal/Ministério da Economia (2019), Ministério da Defesa (2019), Relação Anual de Informações Sociais/Ministério da Economia (2017), Carrefour e Ambev. Os dados não levam em consideração os servidores do Banco Central e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
–