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Oferta de vacinas no Canadá por habitante é nove vezes a do Brasil

Camille Lichotti, Amanda Gorziza e Renata Buono | 18 dez 2020_16h41
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O Brasil não tem um plano claro para sair da pandemia. O investimento nas vacinas, única solução definitiva para esta crise de saúde pública, mostra que o país está despreparado. De acordo com dados da Airfinity publicados em estudo na revista Nature, até novembro, o Canadá assegurou nove doses de vacina para cada habitante, em uma combinação com várias empresas diferentes. O Brasil, por outro lado, só tinha garantido 1,2 para cada pessoa – número insuficiente, já que a maior parte das vacinas demanda duas doses para imunização. O cálculo leva em conta a compra das vacinas produzidas pela AstraZeneca, pela Sinovac e as distribuídas pelo consórcio mundial Covax. Isso significa que, até o mês passado, o Canadá garantiu nove vezes o número de vacinas que o Brasil adquiriu para a população.

O presidente Jair Bolsonaro perdeu o timing das vacinas e chegou a insinuar que a vacinação não seria obrigatória, dando força à retórica anticiência de seus seguidores. Na última quinta-feira (17), o Supremo Tribunal Federal aprovou a obrigatoriedade da vacinação, estabelecendo medidas restritivas para quem não se vacinar. Nesta semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que será necessária a assinatura de um termo de consentimento para a realização da vacina de uso emergencial contra Covid-19.

Por enquanto, nenhuma vacina foi aprovada para uso no Brasil. O governo federal depende do resultado dos testes da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, única farmacêutica com a qual o Brasil já garantiu acordos de compra. Canadá, Estados Unidos e Reino Unido já começaram a vacinação e dois países da América Latina já aprovaram o uso da vacina Pfizer/BioNTech – México e Chile. Em São Paulo, o governador João Dória (PSDB) anunciou que a campanha de vacinação começara em janeiro no estado. Mas os resultados da última fase de testes da vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan ainda não foram entregue à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que regulariza o uso dos imunizantes.

O governo federal entregou novamente, nesta quarta-feira (16), um plano nacional de vacinação ao Supremo Tribunal Federal. Na primeira etapa, serão vacinadas as pessoas pertencentes aos grupos de risco – a previsão é que 51 milhões de brasileiros sejam imunizados nesta fase, que durará quatro meses. A vacinação da população em geral está prevista para começar logo depois, com duração de doze meses. Ainda não há uma data definida para o início da campanha, mas o governo informou que prevê começar a imunizar a população cinco dias após o registro pela Anvisa e a entrega dos primeiros lotes de vacina.

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