A reportagem de Ana Clara Costa, publicada na edição de junho da piauí, mostra que no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército em Brasília as desavenças por dinheiro acabaram levando à quebradeira na Praça dos Três Poderes. O influenciador Oswaldo Eustáquio, preso em duas ocasiões por incitar atos antidemocráticos que hoje vive asilado no Paraguai, acusa a ex-bancária Ana Priscila Azevedo, o caminhoneiro Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior e o empresário Rubem Abdalla Barroso Júnior de liderarem o que ele chama de “Máfia do Pix”, que pedia doações de dinheiro em escala maciça na internet para a cozinha principal do acampamento. Parte dos valores, acusa ele, era embolsada pelos donos da cozinha.
No fim de novembro, Eustáquio começou a propor a transferência pacífica do acampamento do QG para a Esplanada. Julgava que, assim, a pressão para que Jair Bolsonaro decretasse uma intervenção militar seria mais eficaz. Os três boicotaram a iniciativa. Temiam que o deslocamento resultasse na interrupção das doações, que, a essa altura, eram fartas e constantes. “Diziam que éramos infiltrados de esquerda, apoiadores do Lula, que era uma cilada”, rememora Eustáquio. No final de dezembro, quando as doações começaram a cair com o esvaziamento natural do acampamento, a Máfia do Pix resgatou a ideia de Eustáquio, numa tentativa de reaquecer as doações financeiras.
No meio da mudança, deu-se o 8 de janeiro. A caminhada inicial dos manifestantes, do QG até a Praça dos Três Poderes, foi comandada pelo empresário Rubem Abdalla, segundo a própria Ana Priscila Azevedo disse em seu depoimento à polícia. Abdalla encontra-se foragido até hoje. Priscila Azevedo e Ramiro Caminhoneiro, como ficou conhecido, estão presos. Os policiais militares do DF confirmaram à CPI da Câmara Distrital as denúncias de Eustáquio sobre o domínio que a Máfia do Pix exercia sobre o acampamento.
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