Ao passarem mais tempo em casa por causa da pandemia, muitos brasileiros encontraram nos pets uma forma de driblar a solidão. Outros fatores, como a permanência do home office em alguns casos mesmo após o fim do período mais crítico da pandemia, também possibilitaram essa aproximação com os bichinhos. Dos donos de animais de estimação que existem hoje no Brasil, 23% só adotaram ou compraram seu primeiro pet durante o período da crise sanitária. Consequentemente, o mercado voltado para os animais também cresceu: de 2020 para 2021, houve um aumento de 27% no faturamento do setor. Nesta semana, o =igualdades retrata com dados o fenômeno dos pets trazidos pela pandemia.
A pesquisa Radar Pet, realizada pela Comissão de Animais de Companhia, mostra que a presença de cães é muito mais comum nos lares brasileiros do que a de gatos. Em 2019, 44% dos domicílios entrevistados contavam com pelo menos um cão. Já o percentual de casas que declararam ter gatos foi de 21% – ou seja, menos da metade.
Quase um quarto dos donos de animais de estimação no Brasil só passaram a ter os bichos durante a pandemia. Desses novos donos, a maior parte adquiriu gatos: 55%. Os que adquiriram somente cães são 38%; os dois, 7%.
A compra de animais de estimação é uma cultura ainda presente no país – mas a adoção predomina entre as formas de aquisição. Mais da metade dos pets foram adquiridos assim em 2021. No entanto, o percentual difere bastante de cães para gatos: em 2021, 76% dos felinos foram adotados ou resgatados; já entre os cães, somente 42%.
A preferência por bichos mais jovens predominou mesmo entre os pets adquiridos durante a pandemia. De cada 100 cães e gatos, 79 tinham até 1 ano de idade. Em seguida, vieram os que tinham entre 1 e 6 anos (19 a cada 100). Os que tinham mais de 6 anos eram apenas 2 a cada 100.
Ter raça ou não pode influenciar especialmente na aquisição de cães. A maior parte dos que foram adquiridos durante a pandemia tinham raça definida: 53 a cada 100. Entre os gatos, de cada 100 felinos comprados, adotados ou presenteados, 76 não tinham raça definida.
O mercado responsável por produtos, serviços e comércio de animais de estimação viu seu faturamento crescer com a maior aquisição de pets durante o período pandêmico. Em 2020, o setor teve uma receita de R$ 40,8 bilhões – valor que cresceu 27% em 2021, passando para R$ 51,7 bilhões.
Os donos de cães costumam ter mais despesas com os bichos. Em 2019, eles desembolsaram, em média, R$ 225 por mês somente com alimentos, acessórios e cuidados estéticos. Os donos de gatos tiveram um gasto mais modesto, de R$ 167.
Fontes: Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), Instituto Pet Brasil