Fabiano da Silva Ferreira, 34 anos, trabalha numa revendedora de motos. Anderson Farias Silva, 35, é policial militar. Cícero Flávio Vieira Barbosa, 36, é instrutor de autoescola. Os três levam uma vida muito diferente daquela que imaginavam quando eram crianças em Arapiraca, interior de Alagoas. Criados em famílias devotas, numa cidade predominantemente católica, eles desde cedo manifestavam uma vontade: ser padres. Tornaram-se coroinhas por volta da mesma época, na virada dos anos 2000, preparando-se para percorrer os degraus da vida eclesiástica. Mas deixaram a Igreja precocemente, depois de passarem por um trauma que escandalizou o país e que até hoje se desdobra na Justiça.
Em 2010, Fabiano, Anderson e Flávio relataram ter sido abusados durante anos por três padres. Numa reportagem exibida na tevê, descreveram em detalhes a rotina de violência sexual a que foram submetidos. Junto às entrevistas, foi mostrado um vídeo em que um dos clérigos pratica um ato sexual com Fabiano. No momento da filmagem, o ex-coroinha já tinha 19 anos de idade, mas a gravação deu materialidade às acusações de pedofilia.
A Polícia Civil abriu um inquérito, que logo resultou numa denúncia do Ministério Público contra os padres – Luiz Marques Barbosa, Raimundo Gomes Nascimento e Edilson Duarte. No decorrer das investigações, Edilson confessou ter mantido relação sexual com Fabiano quando o menino ainda tinha 16 anos e confirmou as acusações contra os outros dois religiosos. Disse ainda que, pelo sexo, recompensavam os coroinhas com presentes e pequenas quantias em dinheiro. Os três foram condenados, em dezembro de 2011, com base no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata dos crimes de prostituição e exploração sexual de menores de idade. Dias depois, foram demitidos pelo Vaticano.
A história, desde então, sumiu do noticiário, mas continua se arrastando na esfera cível. Em 2013, os ex-coroinhas abriram um processo pedindo indenização por danos morais. Depois de dez anos, em setembro de 2023, os rapazes finalmente ganharam a causa. Padres e Igreja foram condenados a pagar conjuntamente 200 mil reais, em valores a serem corrigidos, a cada um dos ex-coroinhas. Os rapazes, no entanto, ainda não receberam um centavo, o que deve demorar a acontecer. A Igreja recorreu da condenação, e o processo agora será analisado em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. O julgamento ainda não foi pautado.
Além dos padres, está sendo julgada a Diocese de Penedo, entidade que administra as igrejas católicas de 31 municípios do interior do estado, entre eles Arapiraca (existem, ao todo, 217 dioceses no Brasil, submetidas a 45 arquidioceses). O juiz José Miranda Santos Junior, da 6ª Vara Cível Residual de Arapiraca, concluiu que a diocese foi omissa: sabia que os religiosos abusavam das crianças, mas não tomou providências para protegê-las ou para puni-los.
A defesa da entidade religiosa argumentou que não houve aliciamento, e que os atos só ocorreram quando as vítimas eram maiores de idade – apesar dos relatos de testemunhas e da confissão do padre Edilson. Segundo os advogados da diocese, os clérigos não exploraram sexualmente os coroinhas – isto é, não os induziram a se prostituir em troca de dinheiro. Em vez disso, eram apenas clientes dos três rapazes, que se prostituíam desde crianças – ou, nas palavras dos advogados, usavam o corpo para sustentar uma vida “promíscua” e “desvirtuada”. Os ex-coroinhas negaram ter se prostituído. Disseram que os presentes recebidos dos padres não configuravam pagamento, e sim uma forma de evitar que denunciassem os abusos. Eles contam que tinham entre 12 e 14 anos quando foram violentados pela primeira vez, e que essa relação se manteve até depois da adolescência.
O processo aguarda deliberação do desembargador Paulo Barros da Silva Lima. Mas a Justiça, seja qual for o desfecho, terá chegado atrasada. O banco dos réus foi se esvaziando ao longo dos últimos anos. Raimundo, um dos padres, morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) em 2014. Dom Valério Breda, bispo que comandava a Diocese de Penedo, morreu da mesma causa, em 2020. Edilson desapareceu e a Justiça desconhece seu paradeiro. Restou Luiz, um homem de 97 anos que vive recluso em sua casa, em Arapiraca.
Luiz Marques Barbosa nasceu em Anadia (AL), em 1927, mas mudou-se ainda cedo para São Paulo. Fez carreira na Polícia Militar, onde alcançou o posto de tenente-coronel e capelão, responsável por ministrar missas e outras cerimônias religiosas para os militares e suas famílias. Era próximo de políticos conservadores paulistas, como o governador Abreu Sodré (1967-1971), o primeiro a ser eleito indiretamente para o Palácio dos Bandeirantes.
Em 1989, quando se mudou para Arapiraca, Luiz já era um sacerdote experiente. Pelos bons serviços que prestou à Igreja, obteve o título honorífico de “monsenhor”. Foi bem recebido pela comunidade e pelos políticos alagoanos. A capela de São José, onde passou a rezar missas, era uma construção antiga, mobiliada com bancos e um órgão comprados pelo ex-governador Arnon de Mello, pai de Fernando Collor. Anos mais tarde, a capela se expandiu e ganhou status de paróquia. Na ensolarada Arapiraca, o monsenhor Luiz era bem quisto. Seu andar vagaroso e o olhar angelical se transformavam quando via os coroinhas. Abraçava-os de forma sufocante. Por esse hábito, ganhou o apelido de “Mamãe Ursa”.
Fabiano, que hoje trabalha vendendo motos em Arapiraca, nunca esqueceu o dia em que foi à Paróquia de São José se candidatar ao cargo de coroinha. Era 2001 e ele tinha 11 anos. Estava empolgado; já se imaginava vestindo o uniforme branco típico dos assistentes religiosos, que, costumeiramente, auxiliam os padres a manejar os objetos litúrgicos durante as missas.
“Até a quinta série fui muito bom aluno. Foi quando aconteceu toda essa turbulência na minha vida”, relembra Fabiano, em conversa com a piauí. Os primeiros abusos coincidiram com o momento em que seus pais estavam se divorciando – o que, para ele, ampliou a sensação de desamparo. “Perdi um pouco o rumo. Passei a ter uma vida reclusa, com pouca ou quase nenhuma ajuda.” Fabiano conta que quem primeiro o assediou foi Luiz. “Ele dizia que queria ser meu pai, o pai que eu nunca tive.” Mais tarde, segundo o ex-coroinha, o padre Edilson, que desempenhava uma função auxiliar na Concatedral Nossa Senhora do Bom Conselho, também o violentou. As duas paróquias ficam a poucos minutos uma da outra.
A história é praticamente a mesma contada pelos outros dois ex-coroinhas. Anderson, que hoje é cabo da PM de Sergipe, mas continua vivendo em Alagoas, foi batizado ainda bebê pelo monsenhor Luiz – que, anos mais tarde, segundo ele conta, o violentou. A família guarda fotos da cerimônia, que mostram o menino no colo do padre. Anderson ainda tem a roupa de coroinha. “Mas faz mais de cinco anos que não a vejo. São lembranças muito fortes.” Até hoje, o PM evita a calçada da igreja. Quando chega perto, atravessa a rua.
Flávio, que leciona numa autoescola, entrou para o curso de coroinha em 1999. Conta que sofreu o primeiro assédio quando tinha 11 ou 12 anos, pelas mãos do monsenhor Luiz. Depois, segundo ele, foi violentado também pelos padres Raimundo e Edilson. “Falam que nós éramos garotos de programa. Como, se a gente não tinha nem idade para isso?”, questiona o ex-coroinha. Ele lamenta que, até hoje, nem ele nem os colegas tenham recebido amparo da Igreja. “Não teve nenhum apoio psicológico. Nunca nos procuraram para saber se a gente estava bem, se tínhamos algum tipo de necessidade. Nós fomos abandonados.”
A denúncia dos coroinhas teve repercussão fora do Brasil. Arapiraca, por isso, aparece na lista de cidades que encerra o filme Spotlight – Segredos Revelados, de 2015. O enredo conta a história dos jornalistas do The Boston Globe, jornal americano que investigou centenas de casos de violência sexual cometidos por sacerdotes e acobertados durante décadas pelo Vaticano.
No Brasil, foi também a imprensa que trouxe o escândalo à tona. A reportagem do SBT, exibida no programa Conexão Repórter, foi ao ar em 11 de março de 2010.* Implicava o monsenhor Luiz, filmado em um ato sexual com Fabiano. O vídeo havia sido gravado em 2008 por Flávio, quando os dois ex-coroinhas já eram maiores de idade. Fabiano diz que, quando relatava a moradores de Arapiraca os abusos que tinha sofrido na igreja, todos o desacreditavam, e que por isso se permitiu ser filmado. Ouvidos pela emissora, os padres e seus advogados negaram as acusações dos coroinhas. A reportagem, encabeçada pelo jornalista Roberto Cabrini, venceu o Prêmio Esso de telejornalismo daquele ano.
No dia 16 de março, depois de se reunir com autoridades da Igreja Católica no Brasil, o então porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, se pronunciou a respeito do caso. Afirmou que o padre Edilson já havia sido afastado da Igreja. Os monsenhores Luiz e Raimundo, conforme Lombardi anunciou na época, “foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um processo canônico [no Vaticano] por suspeita de pedofilia”.
Um mês depois de o programa ir ao ar, a CPI da Pedofilia, instalada desde 2008 no Senado, enviou uma comitiva a Arapiraca para ouvir os padres e as vítimas. A comissão parlamentar serviu como braço auxiliar da investigação policial. O fórum da cidade, onde foram colhidos os depoimentos, lotou de jornalistas e fiéis. Apesar da gravidade das acusações, muitos moradores prestavam solidariedade aos padres, com quem conviviam havia décadas.
“Certamente o modo mais perfeito de nos comunicarmos é falar. É um dom especial que é concedido ao homem. É pela palavra que ele se define, que ele se distingue. E é pela palavra também que ele pode ensinar”, discursou o monsenhor Luiz, em uma das sessões. “E aí vem a desgraça humana quando nós, às vezes, nos lembramos de ensinar e deixamos de praticar aquilo que ensinamos.” Era um tímido mea culpa. O padre desculpava-se, a seu modo, por ter feito sexo com outro homem – um pecado aos olhos da Igreja. Mas nunca admitiu outros atos além daquele registrado em vídeo. Segundo ele, não houve abuso de menores de idade.
Sentados à sua frente, no auditório, estavam os ex-coroinhas. Referindo-se aos três, Luiz parafraseou Jesus na última ceia: “Alguém que está comigo na mesa é quem me traiu.” Fabiano, Flávio e Anderson, que estavam ali para uma acareação, puderam responder. “O senhor disse que quem sentou na sua mesa foi quem lhe traiu. Mas o senhor, por debaixo da mesa, pegava nos nossos órgãos genitais. Eu traí o senhor ou o senhor que me traiu?”, disse Flávio. “A verdade sempre prevalece. Eu tenho o Fabiano, eu tenho o Anderson que foram coroinhas do senhor também. Como muitos que estão aqui hoje, mas não vão assumir, claro.”
Os monsenhores Luiz e Raimundo mantiveram-se irredutíveis até o final, negando todas as acusações. Mas o padre Edilson acabou por confessar. Em plena CPI, assumiu que tinha abusado de Fabiano quando o coroinha ainda era menor de idade, e disse ser homossexual. Seu relato foi a primeira prova, além do vídeo, de que os três rapazes contavam a verdade.
O relato chocou o auditório, e o padre fechou acordo de delação premiada. À polícia, afirmou ter feito sexo também com Flávio, mas falou que apenas quando este já era adulto; disse ter presentado Fabiano com um saco de moedas do dízimo em troca de sexo oral, quando o ex-coroinha era menor de idade; confirmou que Luiz e Raimundo também abusaram dos coroinhas quando estes ainda eram menores de idade; e contou que, quando conversavam entre si, os religiosos de Arapiraca se tratavam por nomes de mulheres. Luiz era Simone; Raimundo era Mônica; ele próprio, Edilson, era Leona; e dom Valério Breda, responsável pela Diocese de Penedo, era Vera Fischer, porque, explicou Edilson, era loiro e tinha olhos claros, assim como a atriz.
A certa altura do processo, Edilson trocou de advogado e passou a negar perante a Justiça tudo o que havia afirmado na delação. Depois desapareceu e não foi mais encontrado.
Os advogados que defenderam os outros dois padres e a diocese fizeram tudo o que podiam para desqualificar as denúncias. Alegaram que o vídeo gravado em 2008 retratava uma relação homossexual consentida entre adultos, e não um estupro. Afirmaram também que os ex-coroinhas tinham feito a gravação com o intuito de chantagear o monsenhor. Eles não negam: dizem que, de fato, procuraram Luiz e exigiram pagamento para deletar o vídeo original e suas cópias, e que isso não invalida as acusações contra ele. O monsenhor chegou a registrar notícia-crime por extorsão antes de o vídeo ir ao ar, mas a investigação foi arquivada. Sua defesa mencionou que o padre havia assinado um “termo de compromisso particular” atestando que pagaria 32.250 reais aos rapazes caso eles garantissem nunca divulgar aquela gravação. Os ex-coroinhas afirmam que nunca receberam o dinheiro.
Em 2011, os três padres foram condenados pelo juiz João Luiz Azevedo Lessa, da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca. Recorreram da decisão, mas ela foi confirmada em segunda instância e, depois de onze anos, transitou em julgado. Na sentença, Lessa afirmou que os religiosos “adotavam tais práticas [de abuso sexual] por diversos anos, como um verdadeiro estilo de vida”. O monsenhor Luiz, acusado de violentar todos os três coroinhas, recebeu a maior pena, de 21 anos de prisão. Raimundo e Edilson, que, segundo a investigação, abusaram de dois dos três meninos, foram condenados a 16 anos e 4 meses cada. Todos os padres eram réus primários e, por isso, puderam recorrer em liberdade.
Luiz, que além de padre era PM, foi processado também no Tribunal de Justiça Militar em São Paulo. Terminou expulso da corporação em 2013, condenado por unanimidade. Perdeu, com isso, a patente de tenente-coronel, mas manteve a aposentadoria de militar da reserva.
Segundo o livro Pedofilia na igreja: um dossiê inédito sobre casos de abusos envolvendo padres católicos no Brasil, ao menos 108 sacerdotes já foram envolvidos em crimes contra crianças e adolescentes no país, e sessenta foram condenados pela Justiça. Os dados foram coletados pelos jornalistas Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Braga, que assinam o livro, publicado em 2023 pela editora Máquina de Livros.
Nos Estados Unidos, um relatório da Procuradoria-Geral do governo federal aponta para mais de 2 mil crianças e adolescentes abusadas por aproximadamente 450 sacerdotes da Igreja Católica entre as décadas de 1950 e 2020 no país. Na Austrália, uma comissão formada pelo governo apontou, em 2017, que ao menos 4,4 mil pessoas já haviam denunciado casos de abuso sexual contra menores de idade em igrejas. Na França, as autoridades estimaram em 216 mil o número de crianças abusadas por integrantes da Igreja Católica desde 1950.
Em 2013, recém-empossado no cargo, o papa Francisco ordenou que os líderes católicos de todo o mundo criassem comissões para acolher crianças e adultos vítimas de violência sexual por integrantes da Igreja. As acusações se avolumavam àquela altura, embora tivessem sido abafadas pelo Vaticano durante o papado de Bento XVI (2005-2013). Ainda sob o impacto do escândalo de Arapiraca, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acatou a ordem do papa e instalou no país uma comissão de proteção a crianças e adolescentes.
Um dos integrantes nomeados para o grupo foi Hugo Sarubbi Cysneiros de Oliveira, que presta assessoria jurídica à CNBB. Seu escritório, Sarubbi Cysneiros Advogados Associados, defende a Diocese de Penedo no processo em que os ex-coroinhas de Arapiraca pedem indenização por danos morais. Apesar de seu trabalho na comissão de amparo a vítimas de abuso sexual, Oliveira e a sua equipe se esforçaram para desacreditar os rapazes, frequentemente citados como “garotos de programa” nas quase mil páginas do processo.
Em dado ponto, a defesa da diocese afirmou haver provas testemunhais de que os meninos, “já quando chegaram para serem coroinhas, eram conhecidos por práticas homossexuais e que cobravam pelas referidas práticas”. Mais adiante, argumentou que “o que atraiu os autores não foi a ‘batina’ dos réus Raimundo Gomes Nascimento, Luiz Marques Barbosa e Edilson Duarte, mas sim o desejo pelo mesmo sexo misturado com a facilidade financeira”.
O processo avançou morosamente por uma década, até que, no ano passado, o juiz José Miranda Santos Junior, da 6ª Vara de Arapiraca/Cível Residual, decidiu pela condenação dos réus. Eram eles a Diocese de Penedo, o monsenhor Luiz e o padre Edilson. Raimundo e Valério, que já morreram, foram retirados do processo, e os ex-coroinhas decidiram não estender o pedido de reparação aos familiares dos dois. Até agora, somente a diocese recorreu da decisão. Caso ela consiga reverter a sentença, Luiz e Edilson também se beneficiarão.
Os advogados dos ex-coroinhas tentaram demonstrar que dom Valério, da Diocese de Penedo, sabia dos abusos antes do escândalo vir à tona. Os rapazes contam que procuraram-no para denunciar a violência sexual que vinham sofrendo, mas Valério nada fez. A defesa da diocese, por sua vez, alega que os ex-coroinhas extorquiram o bispo, prometendo apagar o vídeo do monsenhor Luiz com Fabiano em troca de dinheiro. Essa informação foi corroborada por Luiz, que, em um de seus depoimentos, relatou que Valério recebeu dos advogados dos ex-coroinhas, ainda em 2008, uma cópia do DVD com a filmagem.
Ao decidir pela condenação, o juiz ressaltou que o processo não dizia respeito a questões religiosas, e que nem o catolicismo nem a Igreja Católica estavam no banco dos réus. Prosseguiu afirmando que a conduta dos padres e a omissão da diocese de Penedo atentaram contra a integridade física e psíquica dos ex-coroinhas, deixando “sequelas intransponíveis”.
Procurado pela piauí, o advogado Hugo Oliveira, que representa a diocese, não quis dar entrevista. Afirmou que “não há mais qualquer fato que peça novas informações para além das que já foram amplamente noticiadas”. Daniel Fernandes e Edson Lucena Maia Neto, advogados que fizeram a defesa dos monsenhores Luiz e Raimundo, foram procurados em diferentes números de telefone, endereços de e-mail e também por meio da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Arapiraca, mas não retornaram os contatos. Maristela Basso e Guilherme Dudus, que atualmente defendem os ex-coroinhas, também não quiseram comentar a decisão, alegando que o processo está correndo sob sigilo de Justiça.
* José Dacauaziliquá, um dos autores desta reportagem, fez parte da equipe do Conexão Repórter que revelou a denúncia contra os padres de Arapiraca, em 2010.